segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ANGÚSTIA




Os abismos se fazem
quando olho para dentro de mim
são momentos que se alongam em horas
vazias e pesadas...
E meu peito comporta e marca!
São pedaços vazios
ou pedaços de um vazio
que constituem minha'alma.
São verdades em falsete,
que constroem a agonia em versos
e os inversos desta poesia
São mentiras de minha boca
que nessa ânsia de razão
se perdem nos fragmentos
dessa outra ilusão.
São os abortos dessas noites:
os dias natimortos que alimentam
minha existência.
Manoel Nogueira
Fortaleza, numa noite qualquer de 1983