segunda-feira, 3 de março de 2008

A FILOSOFIA E O HOMEM



Desde a mais remota época o homem procura compreender-se, definir-se... As clássicas perguntas que atormentam todos os filósofos e não filósofos (quem somos? o que somos? de onde viemos? para onde vamos?) são à base de todo conhecimento humano. São delas que partiram todos os que desejaram dar uma explicação a existência humana e sua origem... Mas, aonde chegamos? O que realmente sabemos de nós? O que a filosofia esclareceu sobre o homem?

Houve alguma filosofia que nos aproximasse de nossa origem? Ou ainda estamos a tatear nas sombras, como recém-nascidos que se vêem diante do mundo, sem nada compreender?...Houve alguma “iluminação” racional que respondesse ou apontasse um caminho para as respostas dessas clássicas questões?

Desde Tales de Mileto(624-546 a.C.), fica claro que é o homem o objeto principal da filosofia, é este o centro de todo pensar... Todos os esforços do pensamento são dirigidos para desvendar as nossas origens... Tudo que a filosofia pensou, e que, posteriormente foi comprovado por experimentação, deu origem as diversas ciências que promovem o desenvolvimento “material” do homem... É, portanto, o homem a razão da filosofia. Mesmo que o olhar da filosofia se dirija pra além das estrelas ou que se agarre as entranhas da terra, é a penas em si mesmo (o homem) que pensa o filosofo...

Diz-se que a filosofia surgiu da necessidade do homem de se libertar dos mitos e suas explicações fantásticas sobre a origem do homem e de toda natureza... Mas, se assim foi, porque essa preocupação tamanha da filosofia de preservar esses mitos, de justificar a origem divinal do ser humano? Teriam esses filósofos ficado com medo de encontrar sua verdadeira origem? O egoísmo, o amor-próprio, o desejo de manter-se além da realidade que lhes era apontada pela lógica e pela experimentação, levaram esses grandes pensadores a negligenciar a razão? O homem não suportaria saber que é fruto de um acaso? Que ele não foi a obra de um ser superior e poderoso? Que ele nada mais é que um ser que pensa? Uma irrisória parte deste universo casual?

O que nos leva a crer em uma vida eterna? Que indícios concretos temos de existência divina? Talvez nenhum, apenas o desejo do homem de ser especial... Voltando então a filosofia e a razão (?) porque os filósofos, diante da incapacidade racional de definir a origem do homem, não deixam claro este ponto? Situam como improvável a origem do homem? Na lógica cartesiana, chega-se a esta conclusão, mas, novamente o medo (?) de enfrentar essa falta de propósito de nossa existência leva Descartes a buscar uma origem divinal.

Porque a filosofia não busca ampliar a realidade humana, descortinar sua existência apenas no plano em que pode a razão alcançar? Não seria essa a atitude mais digna desta que organiza o pensamento do homem? Mas, assim estaríamos limitando a ação da percepção humana, desprezando a imaginação, a arte, o sonho... Não seria justo? Afinal a razão é o que nos torna diferentes e especiais. É ela que nos permite a consciência libertadora... Por outro lado, nos permite também o devaneio, a subjetividade, nos empurra para uma explicação onírica, a representação, enfim, nos permite criar... Esse poder que a razão nos concede, nos cega também, pois, sendo-nos capaz de gerar realidades nos afastamos da dor e do sofrimento real... Mergulhamos nestes universos criados e nos integramos a essas realidades na ânsia de sermos mais do que realmente somos...

Filosofia, palavra que fascina e assusta. Arma poderosa que pode levar-nos ao esclarecimento e ao desenvolvimento crescente ou mergulhar-nos na crença de uma superioridade, elevando-nos a categoria de Deuses (ou monstros?), jogando-nos nas trevas do passado, dividindo homens por castas e crenças... Há os escolhidos, os iluminados e os excluídos, os excomungados... Existem os malditos e os divinos... Os mestres e os discípulos... O que é essa palavra? Esse conceito? Senão o espelho desse homem?

O homem esse ser sem origem, solto num universo em expansão, condenado a uma existência parca e insignificante, preso as limitações de sua forma física, se faz poderoso e destrutível, capaz de derrubar montanhas, modificar toda a natureza, destruir seu mundo e a sua vida. O que é este ser, senão ele próprio o seu deus?

O homem criou os mitos e a filosofia criou um homem e uma realidade para justificar esses mitos. Deus é fruto do homem filosófico? A filosofia seria uma Deusa?

Não penso o ser humano como evoluído. Não nos vejo prontos, no cume da evolução penso em dias como milhares de anos, a vida levou cerca de 2,5 bilhões de anos para surgir e levou mais ou menos a mesma quantidade para o homem surgir dessa lenta evolução, somos apenas embriões na evolução natural, a não ser que surja uma catástrofe de proporções devastadoras. O homem chegará ao ponto de vislumbrar toda a realidade? será capaz de ver esse real? A filosofia nos mostrará um caminho e nos explicará a vida, o homem?...

2 comentários:

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