segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FILOSOFIA KANTIANA




Pretensão


Immanuel Kant, propõe  a formulação de uma filosofia que supere as diferenças entre empirismo e o racionalismo. Kant pretende analisar cuidadosamente as possibilidades de conhecimento do ser humano do real e dizer desses limites do conhecimento. Ou seja, separar o que pode ser conhecido pelo homem através dos sentidos e da razão do que é apenas pretenso conhecimento.

Kant considera que assim como Copérnico afirmou que é a terra que gira em torno do sol e não o contrário, também assim o conhecimento dos objetos não mais se reportam a natureza deles e sim eles se conformam a estrutura do nosso conhecimento. Porque segundo ele,  “...nada no conhecimento puro pode ser atribuído aos objetos senão aquilo que o sujeito pensante tira de si mesmo,” e quanto a razão pura: “...pois a razão especulativa pura tem em si a peculiaridade de que pode e deve  medir sua própria faculdade de acordo com a diversidade do modo que ela escolhe objetos para pensá-los, e de ainda enumerar completamente seus modos de apresentar seus problemas...”



Conhecimento




Para Kant, apesar  de afirmar logo no início da sua obra que  todo conhecimento só é possível pela experiência,  e que é ela quem garante a percepção pelos sentidos dos fenômenos. Para ele, os sentidos não podem dar conta dos objetos como o são na realidade, a  “coisa em si mesmo”, o númeno.

Kant caracteriza diferentemente conhecimento puro e empírico na “Introdução” à Crítica da razão pura e assim os define: conhecimento empírico é aquele que é fruto da experiência. É o conhecimento a posteriori. Já o conhecimento puro a priori é aquele que só se verifica de maneira absolutamente independente da experiência. Entre os dois existe o conhecimento a priori sintético que não vem da experiência mas está vinculado a ela.



O imperativo categórico 



            O objetivo de Kant na Fundamentação da metafísica dos costumes é  fundamentar uma moral apenas na razão humana, desprezando as que se fundamentam em Deus ou no “bem supremo”. Para isso ele desenvolve os conceitos de imperativo hipotético e imperativo categórico, sendo o primeiro, aquele que visa um fim, através de uma ação possível necessária para tal. Já o segundo é a representação de uma ação objetivamente necessária por si mesma, sem se relacionar a nenhuma finalidade. Por isso podemos dizer que se uma ação é boa para conseguir um determinado objetivo é hipotético, se boa por si mesma é categórico.
O princípio ético kantiano traduzido no: “Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, mediante tua vontade, a lei universal da natureza.”  Sugere que devemos agir regidos por diretrizes que sejam capazes de gerar efeitos positivos nos outros, universalmente. Se assim procederem todos os seres humanos,  e só agirem sob a luz desse imperativo categórico, todas as ações dos indivíduos serão boas em si mesmas e por tanto gerarão o bem para toda a humanidade.



Manoel N Silva


Bibliografia


Kant, Immanuel - Crítica da Razão Prática. Lisboa. Edições 70.1989
Kant, Immanuel - Crítica da Razão Pura. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian.1985
Kant, Immanuel - Fundamentação Metafísica dos Costumes. Lisboa. Edições 70.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PAISAGEM



Ao fundo, uma elevação certa,
Concreta, métrica, vertical.
Becos, amontoados de papelão e tábuas,
Fazem-se ao redor.
Escorre por entre pés desnudos,
Um rio de odores múltiplos, fétidos...
Aqui e acolá uma galinha raquítica
Rebusca migalhas, e abrevia a vida.
Nas veredas, metálicas vozes, impõem-se
Sobre os murmúrios humanos.
Das mãos brotam negros e reluzentes galhos
De onde partem, em revoada,
Borboletas de chumbo e brasa,
De destino incerto e fatal...
Talvez encontrem o sorriso imberbe
Ou o sonho em botão, ou talvez,
A divina mão as recolha antes do destino...
Quem saberá...?! 


Manoel N Silva