terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A social democracia no Brasil e o papel das esquerdas no cenário atual

A social democracia não existe no Brasil. O PSDB, que foi fundado  com essa ideologia como norte, hoje não passa de uma direita retocada com um verniz de centro, dominada pelas elites e oligarquias, megainvestidores e empresários da educação e saúde, telecomunicações e agronegócio. Todos os partidos do Centrão, são ideologicamente voltados para a direita e atendem a interesses corporativos. Os partidos ditos de centro-esquerda, PDT e PSB infelizmente estão ligados a grandes famílias no Sul e Nordeste, outros como o NOVO e o PODEMOS, são representantes de bancos e corporações financeiras. Quem resta para representar essa tal social democracia?


É preciso ter a capacidade de olhar no espelho e reconhecer as próprias rugas, entender que as velhas práticas e métodos, já não são eficazes. Temos que expurgar as velhas lideranças, viciadas no processo antigo. As esquerdas se afastaram do povo, enveredaram por um intelectualismo palaciano. A militância praticamente acabou. Os sindicatos e organizações sociais, esqueceram seus representados. É preciso voltar às ruas, só as ruas são capazes de serem ouvidas e respeitadas. Só a mobilização popular e a luta dos trabalhadores  conseguem mudar as coisas.

Sempre foi assim. O povo foi oprimido e obrigado a seguir senhores. Primeiro os colonizadores, depois os coronéis e agora os milicianos...

Só o enfrentamento nas ruas muda isso. Não adianta esperar por milagres ou salvadores. É o povo nas ruas que muda isso. Toda mudança  e conquista popular vem com a luta, o suor e o sangue derramados...

Devemos seguir o exemplo da Bolívia e Argentina. Na Argentina e Bolívia, a esquerda recuou e conseguiu reverter os percalços. Aqui,  o PT insiste em um personalismo e um heroísmo que não cumpre nenhuma função prática e nem se converte em ação contra este estado de coisas. É um discurso em torno da figura carismática de Lula. Isso fortalece o antipetismo, pois liga o partido a pessoa, quando deveria ser o contrário. Foi exatamente o inverso dessa postura, o  que fizeram Cristina e Evo, saíram de cena e focaram em outras lideranças para voltarem ao poder. Esse personalismo e populismo, não leva a esquerda a lugar nenhum. E não é só o PT, é o PDT, como o megalomaníaco do Ciro, e o PSDB insistindo em se chamar de esquerda e apoiando velhas fórmulas neoliberais.



MNS 

Uma reflexão sobre fé e religião, à luz da pandemia.

 




   A pandemia veio, as pessoas foram pegas de surpresa e a morte, o medo, a solidão entraram nas nossas vidas e se instalaram em nossas casas, mudando completamente o nosso cotidiano. 
      Nesses momentos, fragilizados e espiritualmente carentes, os seres humanos buscam suas crenças, seus deuses, seus guias e gurus. No entanto, nesta pandemia, o ser humano estava só com sua fé. Sem intermediários. Era ele e seu deus. Ele com sua entidade, sem intérpretes. 
        Não havia o braço do padre, o abraço do pastor, o calor dos louvores coletivos, a voz uníssona dos cantigos, hinos e mantras. Era ele e sua fé, pura subjetividade, nenhuma concretude, nenhuma mão para lhe guiar, senão a sua própria. Enfim, o homem e Deus, criador e criatura, frente a frente, nesse campo metafísico puro...
       E aí entra a questão que me propus refletir, será que a religião, com sua concretude e suas estruturas hierárquicas,representam o melhor modo de chegar a Deus?
      Afinal, na raiz das rupturas religiosas da idade média, estava o argumento de que o homem não precisava de intermediação para entender a palavra sagrada. A Bíblia foi traduzida do latim e impressa, para chegar ao alcance do cristão, sem a autoridade religiosa. 
          Fica então esta questão para aqueles que são religiosos, a estrutura da religião faz falta na sua interação com Deus?
           Você precisa realmente está ligado a uma organização religiosa para exercer plenamente a sua fé?
  E, diante dessa pandemia, nesse recesso obrigatório que vivenciamos, longe dos instrumentos e das estruturas físicas das religiões, não teria sido provado a tese medieval de que o homem não necessita da religião e que a sua fé pode ser plena diante de Deus, sem essa intervenção?
    Eu, que não tenho religião e nem acredito em entidades específicas, seres ou deuses. Que sempre busquei meu equilíbrio espiritual na força da natureza, na racionalidade, no conjunto de tudo que existe e que eu alcanço, seja empiricamente, seja espiritualmente, penso que ao término dessa pandemia, quando voltarmos a esse novo normal, a religião e seus líderes vão está mais humanizados.       Acredito que os fiéis estarão mais críticos, mais fortalecidos em suas relações com Deus e cobrarão mais de seus padres, seus pastores. Torço para que essa pandemia e essa relação direta do crente com seu deus, venha a afastar charlatães e oportunistas, exploradores da fé, do universo religioso!

MNS

quinta-feira, 7 de maio de 2020

"Vida de gado"




Não aprovo mas compreendo o gesto de Flávio Migliaccio. Esse país nunca foi sério, nunca se preocupou com seus habitantes mais pobres, com seus velhos, com suas mulheres, com  os índios, negros, estudantes e excluídos. Uma sociedade doente, tomada de ódios e preconceitos e fundada na mais cruel das ideologias religiosas, no patriarcado cristão, no etnocentrismo europeu. Uma sociedade escravista, elitista e branca.

Hoje, vendo o discurso das autoridades sobre o congelamento de salários dos servidores públicos, o decreto do prefeito de Belém, estabelecendo como atividade essencial, os empregados domésticos, o presidente recebendo e rindo junto a torturador, Guedes recomendando o veto presidencial à  inclusão dos professores no projeto de ajuda aos Estados e municípios. o MEC fazendo propaganda para que o ENEM seja realizado esse ano, mesmo sabendo das dificuldades dos alunos de EP, estudarem virtualmente, busquei na História desse país, algo que me fizesse duvidar dessa conclusão, infelizmente não encontro precedentes que neguem esse fato  essa condição.

Não, por mais que me doa encarar essa certeza, por mais que eu deseje dela fugir, tudo que observo ao meu entorno me grita e me mostra que não existe para onde fugir!
Esse país não prima pelos seu povo, ou melhor, seu povo trás a marca da escravidão e o condicionamento de rebanho. Ele nega sua história em função dos seus mitos. Ele anseia pelo chicote e a chibata, pois teme a liberdade! Pior do que um povo escravizado é um povo domado, dócil que segue seu dono e senhor acorrentado a sua ignorância e fé!
Para um povo escravizado existe a revolta, a raiva, o desejo de liberdade. Já para o povo domesticado só resta  o cercado...

Brasil, um gigante territorial, o maior curral da America Latina!!!

MNS

domingo, 3 de maio de 2020

Sem saída



Estou completamente perdido em minhas análises dos atos desse senhor que ocupa a presidência do Brasil. Não consigo encontrar o fio condutor das ações de Bolsonaro, diante de tudo que ocorre no mundo e no nosso país. Tudo que ele faz são bobagens, coisas que só depõem contra ele. Ele se desgasta diante dos brasileiros e do mundo, perde apoios políticos, e seus seguidores mais moderados começam a se perguntarem porque? Afinal o que ele ganha com isso? Absolutamente nada. Apenas perde e perde muito. Então  qual é a lógica de seu comportamento? Eu não consigo extrair nenhuma vantagem para ele, sua família ou para o país.

E o que paralisa o seu entorno, porque homens aparentemente inteligentes, conscientes e acostumados a uma rotina lógica, baseada em hierarquias responsáveis, ainda orbitam essa esfera amalucada, completamemte alheia a ordenamento e coerência? Porque os militares e os ditos técnicos, ainda se prendem a essa armadilha política que levará esse governo a bancarota?

Onde se juntam esses fios aleatórios? Onde se costuram esses retalhos tão distintos?
Sinceramente não consigo antever qualquer desfecho que seja favorável ao Presidente da república.
Os analistas, os especialistas em rede nacional, nada dizem ou esclarecem, parece que estão explicando para crianças que o papai Noel existe.

Onde foi parar a imprensa tão critica e eficiente que até tão pouco tempo nos explicava toda a conjuntura política e econômica, previa e tecia os movimentos políticos e seus desdobramentos a curto, médio e longo prazo?

Onde estão os grandes repórteres de bastidores, suas fontes seguras e revelações bombásticas? Onde foram se esconder os grandes analistas políticos que nos descreviam a situação brasileira como se estivessem lendo um livro ou vendo uma paisagem nítida, limpa clara?

Onde se esconderam os cronistas do horário nobre, que teciam tramas eloquentes e reveladoras dos nossos problemas sociais e se mostravam como a coruja de minerva, cheios de sabedoria e conhecimento?

Por favor, senhores, venham nos tirar dessa escuridão com vossa sapiência e suas iluminadas conclusões. Venham oráculos modernos, nos mostrem os caminhos a que nos destina esse arauto do incompreensível, esse lunático  cavaleiro, esse Dom Quixote sem Sancho Pança...

Enfim, por favor, nos digam o que guia e para onde nos leva essa mula sem cérebro?

MNS

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ao povo brasileiro, o soberano do Brasil



Senhores, senhoras, senhoritas! brasileiros de todos os recantos desse país imenso e imerso nessa onda de morte e indiferença. O que nos falta ainda ouvir e ver desse nosso signatário maior?

Até onde irá o desdém e  falta de empatia do presidente do Brasil para com o seu povo sofrido e já tão massacrado? Até onde vamos aguentar os ataques verbais a democracia e ao estado de direito? Será que já não está na hora de acabar de vez com esta retórica e exigir do mandatário da nação, responsabilidade e objetividade na sua gestão?

A máxima rousseauliana de que "o poder emana do povo, para o povo e pelo povo", precisa ser restabelecida no estado brasileiro. O presidente não governa para a maioria e nem para a minoria, o presidente governa para o povo, sejam os seus componentes seus apoiadores ou seus críticos, façam  parte de uma maioria ou de um minoria. O povo não é individualizado, ele é um coletivo, um universal, e como tal precisa ser assim visto e tratado pelo poder público institucionalizado.

Um Presidente da República, eleito democraticamente, não pode ignorar os princípios constitucionais ou incitar a população contra esses princípios. Não pode e não deve sair por ai proferindo declarações e louvando ditadores e torturadores, criando conflitos com os outros poderes, apoiando manifestações que pedem a quebra da institucionalidade, criticando juízes e interferindo nos órgãos de justica, como a PF.

Um presidente não é o estado, ele é apenas o gerente estatal. Ele não é o dono do estado, ele não está acima de nada, quando se trata de estado, ele apenas gere, propõe e executa projetos e políticas públicas, referendados pela representação popular, no sentido de suprir as necessidades do povo.

Senhores, senhoras e senhoritas, brasileiros de todos os recantos, precisamos levantar a nossa voz. Precisamos dizer ao presidente que não é ele quem manda, quem manda é o povo. Ele precisa entender que a presidência não é sua casa e que os órgãos e instituições que compõem o estado não são seus instrumentos pessoais, eles não servem a sua pessoa e a de seus familiares, eles existem para o povo brasileiro e assim devem permanecer.

Presidentes passam, instituições ficam, são os pilares de uma nação, impessoais, apolíticas e laicas. Gritemos ao presidente, que as suas convicções pessoais e seus desejos e vontades, não são da alçada do estado. Se ele e sua família têm problemas com a justiça ou a polícia, não são as instituições do estado que devem defend-los, muito pelo contrário, estas instituições devem zelar pela justiça e  contribuir para que ela venha a ser cumprida rigorosamente, nos limites impostos pela lei. Esta sim, acima de qualquer cidadão, independentemente do cargo, título ou condição!

MNS.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Pró-Brasil, um plano econômico ou uma viagem a recessão?





Qual é o objetivo dos partidos que apoiam Paulo Guedes e a sua política econômica?
Qualquer estudante de economia, ainda nos primeiros semestres, compreende que essa política de desmonte do Estado e precarização dos direitos trabalhistas, vão nos levar ao colapso do sistema produtivo. Nós temos um parque industrial totalmente dependente de subsídios e apoio estatal.  As indústrias brasileiras, como já expus em outros textos, não tem autonomia econômica e não sobreviverá a esse massacre neoliberal.

O comércio internacional está cheio de produtos e mercadorias de custo baixo e qualidade melhor que os nossos. Querem um exemplo? Eu dou dois: as máscaras e os respiradores que tanto precisamos, não são fabricados no Brasil, sabem por que? Porque a China os produz e vende por um custo e preço menor do que as empresas brasileiras podem fazer e oferecer ao comércio brasileiro. Nenhum país desenvolvido e liberal, começou a diminuir o estado  antes de fortalecer a indústria e comércio interno. Sem fazer reforma agrária e incentivar o pequeno e médio produtor rural. Sem investir em Educação e pesquisa. Só o Chile fez isso, vejam no que está dando...

Nesse momento de pandemia, no mundo todo, os governos estão investindo e financiando o trabalhador e as empresas, no Brasil a única preocupação é o mercado financeiro. A bolsa de valores, o preço do dólar e os investimentos estrangeiros.

Todos sabem que o mundo projeta uma queda de até 7% no crescimento econômico global. Sabe o que isso significa? Zero investimentos em produção. Todo o capital que circular e entrar nos países será especulativo. Nenhum industrial ou comerciante se atreverá a expandir seus negócios. Nenhum investidor, por mais empreendedor que seja, vai se arriscar a investir em países em desenvolvimento. Quem deve receber esses investimentos serão países asiáticos, a Europa  e os EUA, que certamente oferecerão garantias de estabilidade aos investidores. Rússia e China, não são tão vulneráveis as intempéries econômicas, devido a natureza de seus regimes e governos.

Mas, o Brasil não. O Brasil está solitário na América Latina, sua política de alinhamento aos EUA, o afastaram do BRICS e do Mercosul. Argentina,  Chile, Venezuela e Bolívia, estão mal das pernas, os outros países latinos também não possuem estruturas e parques industriais modernos, enfim, dificilmente o Brasil atrairá investimentos do setor privado ou investimento externo. Quem sustentará  a economia brasileira será o mercado interno e o investimento público, que é exatamente o que não haverá com essa política adotada por Guedes...
Então pergunto, esse plano Pró-Brasil, que se sustenta em investimento privado e estrangeiro, com conceções e vendas de ativos, será alavancado por quem? Marcianos?

MNS.

domingo, 26 de abril de 2020

Capitalismo


Sei que o Capitalismo é cruel e oprime a grande maioria dos homens. Mas, também sei que, dadas as circunstâncias e o momento histórico, os avanços nas comunicações e, principalmente a Internet, que, no meu entendimento, tornou real a expressão "aldeia global", é impossível uma revolução nos moldes sugeridos pelos marxistas. E também sei que sem essa ruptura violenta jamais poderia ser implantado o sistema proposto por Marx e Engels, em suas filosofias.

Portanto,  diante deste impasse, temos que buscar uma outra alternativa, reformular o que aí está, tornar esse sistema cruel e injusto em um sistema mais justo e menos desigual.

Proponho começar educando nossos filhos para serem seres humanos e não peças de uma engrenagem politico-econômica. Deixar de estimular a competição e ensinar a cooperação. Usarmos esta avançada tecnologia de comunicação para fazer as pessoas entenderem que não existem lugares no topo para todos e que competir com quem está do seu lado é, no mínimo, burrice!!!.

E se você acha que os EUA são uma história de sucesso em matéria de igualdade, dignidade e convivência pacífica e harmônica entre seres humanos... Bem,  eu discordo e vejo o seguinte quadro nos EUA:

As pessoas  são hipócritas, conservadoras, preconceituosas e individualistas ao extremo. A pobreza e a miséria estão represadas em guetos, o racismo é  flagrante e a cultura de competição gera o maior percentual de psicopatas e "serial killers", por metro quadrado do mundo.

Já no que tange a comunidade mundial, os EUA são imperialistas, mantém a sua ideia de hegemonia pela força e  imposição. Ou seja, o que não é do jeito deles é errado e deve ser combatido, destruído, dizimado. Invadem nações em nome dessa hegemonia e suposta paz mundial, enquanto, no fundo agem egoisticamente, zelando unicamente por seus interesses econômicos e políticos.



MNS

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O marreco chuta o pau do galinheiro, cisca no terreiro e canta de galo!



O ex-ministro Sérgio Mouro, finalmente engrossa a voz e dá seu grito de independência. Sua fala em rede nacional, coloca em cheque, não só o presidente da República, mas todo o governo Bolsonaro.

Moro enfatiza a autonomia que a PF e a Lava-Jato, sempre tiveram nos governos do PT e acusa Bolsonaro de querer interferir politicamente, inclusive pedindo informacões privilegiadas de investigacões em andamento, além  de querer fazer outras substituições na PF.

Supõe-se, por estas afirmações, que o presidente quer uma PF  servil e trabalhando, não para fazer justiça e  apurar os fatos,  mas sim, para atuar como aparelho do governo.
Sérgio Moro, desmancha o governo e vai obrigar os militares a mostrarem a que vieram.
Antes, no dia anterior, os militares atuaram como brigada de incêndios e tentaram apagar as chamas desse incêndio que hoje se deflagrou.

Bolsonaro não tem lealdade com seus aliados, ele não mantém compromissos e sua palavra empenhada não tem valor. Ele segue a risca os ensinamentos de Maquiavel, no "O Príncipe", não porque deles tenha conhecimentos, mas, porque coloca o poder como único fim do seu governo.

Esperemos agora as justificativas e a defesa do Bolsonaro, assim como as atitudes dos militares dentro do governo. Como diria Sartre, os dados estão lançados!!

MNS

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Teatro de bonecos



Hoje parei para pensar nas atitudes do nosso governante maior e procurei entender qual a linha de atuação e o que poderia ser o objetivo maior de suas tão absurdas atitudes. Ele age como uma pessoa com bipolaridade, seus discursos são contraditórios e sem nexo aparente. Ataca o congresso e o STF, flerta com um publico ultra direitista e que pede intervenção militar e AI-5. Por outro lado, clama por patriotismo e democracia, critica presidentes como Maduro e Kim Jong Un, que diz ele, serem ditadores e ao mesmo tempo idolatra ditadores sanguinários como Pinochet e chama de herói o torturador Ulstra.

Aliado a esses comportamentos incongruentes, está rodeado de figuras exóticas e paradoxais, seus filhos trocam os pés pelas mãos, ofendem aliados e disparam fake news. Disparam bobagens contra embaixadores e criam crises sem motivos. O ministro da Educação parece adolescente nas redes sociais, tem comportamentos infantis e tiradas dignas de crianças de oito anos de idade. Publica em suas redes, insinuações ao povo chinês enquanto brinca de ministro, enfim, nem vou me alongar para descrever as loucuras e micos que os membros do alto escalão desse governo protagonizam diariamente, tornando-se a maior fonte de inspiração para humoristas e comediantes.

Vendo e revendo vídeos, atuais e antigos do nosso presidente, suas falas e seus gestos, sua performance, percebi que ele parece um personagem, uma figura montada, produzida e não uma pessoa real. Ele parece atuar e dar vida a esse personagem polêmico e vazio, que joga palavras e frases de efeito, mas sem nenhum compromisso real com essas posturas. Ele não assume a homofobia, embora a todo instante deixe ransparecer com palavras e ações. Não assume a misoginia, no entanto já foi condenado por ofender uma deputada e podemos encontrar diversos videos dele com insinuações e ofensas as mulheres. Disse que não é racista, mas zombou de quilombolas e indígenas...

Bem, como podemos perceber, são comportamentos sem sentido e suas afirmações soam falsas e aleatórias, sem profundidade, tanto que a grande maioria dos seus apoiadores não acredita que ele seja realmente assim, o que reforça a percepção de que ele é um personagem e que foi esse personagem polêmico e tresloucado que, tal qual Tiririca e outros personagens, se manteve na política, eleito como deboche ou brincadeira.

Fato que, para o eleito, é ótimo, pois não acarreta compromisso e assim ele se mantém na política sem cobranças ou pressões. Até aí tudo bem, o problema é que por uma conjuntura e uma série de fatores alheios à isso, o personagem foi eleito presidente e aí sim, a meu entender, começou o desastre, sem projetos e sem noção real de política, visto que não a fazia, não atuava e não tinha expressão no cenário político, acostumado a firulas e discursos vazios, de repente se viu debaixo dos holofotes, presidente do maior país da América Latina, uma nação gigante e de grande relevância no cenário global, não soube o que fazer, não tinha visão política, não sabia ser estadista e não o era.

Diante disso, fez a única coisa que sabia fazer, continuou atuando, sendo um personagem e se cercou de figuras com as mesmas características, meros personagens, pessoas que vivem fora da realidade. Arranjou um ministro da economia alinhado com a maioria do Congresso e alçou Moro, uma celebridade judicial, ao cargo de ministro da justiça, tentando criar uma proteção para a sua incapacidade administrativa e política. Sustentou seu primeiro ano as custas desses dois super ministros e uma reforma da previdência.

Mas, infelizmente, 2020 chega e logo nos primeiros meses, o mundo se vê sacudido por uma pandemia de proporções épicas, e completamente imprevisível, a Covid-19, provocada pelo novo corona vírus, que começou na China e se espalhou por todo o planeta. Nosso ator canastrão, na pele de seu personagem, meteu os pés pelas mãos e hoje, parece tentar uma ultima cartada, na esperança de sair ileso desse furacão. Ou seja, prega o caos político, acusa sem provas, joga insinuações, na esperança que os militares assumam o poder e salvem seu personagem de um fim triste e melancólico!

MNS

domingo, 19 de abril de 2020

Domingo cinza escuro

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Acordo e me deparo com notícias de carreatas a favor do fim do isolamento social...Pessoas que saem em seus carros, vociferando ameaças e brandindo suas mãos em gestos obscenos contra os poderes instituídos e governantes. Pessoas normais, pais, mães, avós, avôs, tios, tias, filhos e irmãos! Pessoas religiosas e tementes a Deus, que oram, rezam e se consideram bons, cumpridores de suas obrigações! Pessoas honestas, trabalhadoras,  caridosas...

Que coisa estranha! Que dia triste! Que poder maligno transforma essas pessoas em gente insana e cruel, incapaz de pensar, raciocinar coerentemente? Que loucura é essa que assoma essas pessoas pacatas e as torna ferozes, raivosas e doentias?
Que força perversa é essa que transforma velhinhos gentis em loucos vociferantes, que atacam policiais e vomitam ameaças veladas?
De onde veio esse terror que leva às ruas desse país senhoras de boa índole, mães amorosas e avós dedicadas, transformadas em paladinas da morte, defensoras de vírus e amantes de ditaduras?
De onde surgiu essa legião sombria e tenebrosa que acompanha esse sujeito inútil e sem visão, medíocre e simplório?

Como 57 milhões de pessoas ignoraram as falas, os atos, as ideias nefastas e violentas desse homem e o elegeram presidente do Brasil? Que cegueira foi essa?
Que loucura tomou conta do meu país e tornou escuro esse céu tão límpido? De onde veio esse véu negro que cobriu o riso radiante desse povo e tornou pedra o nosso tão grande coração? Que desesperança tão profunda cala os filhos da alegria e da liberdade? Onde estão aqueles que "sonham acordados um jeito de serem felizes" que não arrancam de vez essa erva daninha que cresce nas ruas desse país?

Onde estão as vozes revoltadas que não se fazem gritos e gestos, espadas vocais contra a ignorância e o medo? Onde estão todos, porque se calam  e baixam seus olhos envergonhados?

MNS.

sábado, 18 de abril de 2020

A educação e a ausência do desejo revolucionário no mundo atual.



O mundo vive um momento de completa falta de impulsos revolucionários. A juventude parece, com raras exceções, sem imaginação política, sem interesse em mudanças, completamente dominada pelo desejo de riqueza e conforto. Porque será que não existem mais revolucionários e idealistas no nosso mundo?

Bem, o mundo pós guerra fria, o fim das ditaduras na maioria das Nações, o avanço das religiões e uma visão voltada para o desenvolvimento e enriquecimento mundial, a meu ver, gerou uma hegemonia de comportamentos individualistas e, de certa forma, alienantes da capacidade de empatia que sempre acompanhou as massas e as grandes coletividades, na história da humanidade. Penso que a grande responsável, foi a educação e os rumos que ela tomou. 

A educação começou a ser vista como formação profissional e o aspecto humano deixa de ter como foco a humanidade e passa a ser o indivíduo, o sujeito. Ou seja, o antropocentrismo iluminista que fundamentou as revoluções dos séc. XVIII e XIX, e criou uma mentalidade revolucionária e humanista, perdeu esse sentido universal e passou a fundamentar o egoísmo pessoal.

A educação que se desenvolveu até a década de 1930, mantinha ainda esse amor ao erudito e valorizava a obra humana, a arte, a literatura, a ciência e o conhecimento e cultura, como valores universais e o fim do ser humano, enquanto indivíduo. Mesmo após as duas grandes guerras, ainda se ensaiou no mundo uma educação humanista.

No entanto,
o avanço do capitalismo, as ditaduras na América Latina e África e, mesmo o fim destas e da guerra fria, com a queda da URSS no final dos anos 1980, mudaram os paradigmas da educação e os seus objetivos, em um mundo em reconstrução e desenvolvimento. As políticas de educação deixaram de focar no humanismo iluminista e se voltaram para a formação técnica e científica. A erudição e a cultura passaram a ser encarados como supérfluos, no mundo desenvolvimentista da metade final do séc XX. As Nações em desenvolvimento precisavam de engenheiros, trabalhadores técnicos, cientistas e pesquisadores na área de química e medicina, robótica e comunicação, biologia e matemática... enfim, era preciso formar para a práxis e não para o ócio.

Assim como no séc XIX, os EUA definiram políticas de desenvolvimento e liberdade econômica, fugindo ao modelo europeu, que mesmo com as revoluções e avanço do capitalismo, não conseguiram acabar com o pensamento e a tradição humanista, no final do séc. XX América Latina, África e Ásia, focaram no desenvolvimento industrial e econômico, fugindo também dessa herança humanista de seus colonizadores e se voltaram para novas correntes e modelos econômicos.

Na Ásia, os chamados tigres asiáticos, juntamente com o Japão, investiram maciçamente nesse novo modelo educacional e deram um salto tecnológico e econômico. Rapidamente se tornaram a maior força tecnológica do mundo. A China e a Korea do Norte, apesar de seus regimes autoritários, também investiram nesse modelo econômico e educacional. Na América, Brasil, Argentina e Chile, viveram ditaduras alinhadas com o modelo americano de desenvolvimento e educação. Na Europa, os estragos causados pela Segunda Guerra Mundial, obrigaram as nações arrasadas e destruídas economicamente a também mudarem suas visões e adotarem novos paradigmas econômicos, políticos e educacionais, diluindo e eliminando os restos de uma cultura iluminista e direcionando-se para uma posição alavancadas no pragmatismo filosófico e  nas ideias econômicas mais liberais e desenvolvimentistas.

Pronto, estava armado o cenário e tomadas as decisões, para que hoje, cerca de 50 anos depois, encontremos o mundo assim, sem ideologias revolucionárias, pouca consciência política e um individualismo que beira o egocentrismo. As pessoas só pensam em si e em ganhar dinheiro. A liberdade não é mais o bem supremo do ser humano, como na época de Danton e Robespierre,  Infelizmente os ideiais de Voltaire e Rousseau, deram lugar a segurança econômica. A liberdade é nada, diante de uma gorda conta bancária e uma mansão em um bairro nobre!

MNS

quinta-feira, 16 de abril de 2020

O que está por trás da demissão de Mandetta?



O que realmente se esconde nos bastidores dessa troca sem sentido de ministro da saúde? O que leva um presidente a demitir um ministro que tem 76% de aprovação popular e o respeito e apoio dos profissionais de saúde, imprensa e classe política? O que move Bolsonaro? Em que ângulo dessa crise o governo mira? O que eles estão vendo que o resto do mundo não enxerga?

Seria apenas incompetência e inveja? Motivos fúteis e pessoais, pressão dos empresários ideológicos que bancaram as campanhas nas redes sociais? E os militares, será que não enxergam essa absurdidade administrativa, que provavelmente só  aumentará a gravidade dessa pandemia? E os outros poderes constituídos o que vão fazer, diante de tão tresloucados gestos e atitudes por parte desse governo? Será que a pauta liberal que embala a maioria do Congresso terá alguma serventia em um país arrasado e desacreditado mundialmente? Será que a economia nacional  vai realmente se sustentar diante do cenário global, que aponta para uma recessão feia e talvez pior que a de 29?

Em um mundo totalmente globalizado, onde não existem casulos econômicos, onde a comunicação é imediata em qualquer recanto desse planeta e a economia é totalmente dependente dos humores e investimentos dos mercados mundiais, vale o risco de apostar nas loucuras e caprichos de um homem sem tato político e sem postura de estadista, que comanda suas ações em função de crenças e posicionamentos ideológicos, sem levar em conta a realidade e a conjuntura?

Não posso crer que tantas pessoas e autoridades estejam tão cegas. Não.  Provavelmente  existe mais por trás de tudo isso. Não  pode ser que a estupidez e ignorância tenham atingido todos que fazem esse governo. Não acredito que as bobagens e as baboseiras desses ministros amalucados tenham respaldo na maioria do Congresso  e nas outras instâncias de poder e influência. Se a razão não  deixa que acreditemos nisso, o que realmente está  acontecento? Que plano existe?

MNS

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A PAIXÃO DO HOMEM




É dia de  fechar os olhos
Olhar com a alma
Enxergar com a pele
Na calma resignada
Da dor esquecida e sem razão

É dia de sentir-se mal
Recolher-se ao escuro do quarto
E se arrepender de  ser
A realidade inventada
Em um livro qualquer
Que mostra a morte sem fim
E o caminho do nada

É dia de beber o fel
No cálice da vida
Vivida na mentira do mel
E no prazer da hipocrisia

É dia de comer
Aquele pão escondido
No porão da ilusão
Que mofou na espera
Da quimera de ser feliz

É dia de trair a si mesmo
E enforcar-se na mentira
Que  o desejo de ser
Retira da inútil oração

É dia de morrer na cruz
Da luz dos sentimentos
Que negaste a tua alma
Como forma de sobreviver

É dia de jorrar moedas de ouro
Quando explode o remorso
E abunda a agonia
Que sepulta toda verdade
No brilho da fantasia
Que o coração embala

É dia de solidão

É dia de perdão

É dia da paixão humana
E do banquete do sultão
E se aqui na terra
Se ouve o grito dos inocentes
E o barulho das guerras
No céu o silencio se faz solene 
E a paz que reina no paraíso
É  imune a qualquer sacrifício.

Mas não se preocupe
Ainda é sexta-feira
No sábado eu serei teu rei
E no domingo, na terra ficarei!


MNS

domingo, 29 de março de 2020

A CONDIÇÃO HUMANA

Estar só. Ser só! Incompreensível, incomunicável... Essa parece que é  a condição do sujeito enquanto subjetividade pura, destituída de qualquer ação ou reação externa.

 "EU" cartesiano, sartriano, kantiano... enfim, eu enquanto substrato de mim mesmo, consciência existencial  exclusiva do outro e do mundo. Eu e só. Mesmo quando encontro com o outro, no mundo e para o mundo, estou só. Não encontro nada de mim, no outro,  senão aquilo que nele coloco. A vontade, o desejo de ressonância e reflexo. Visto o outro de mim mesmo. Construo uma identificação a partir do que sou e ignoro o outro enquanto subjetividade e identidade.

 O outro não existe para eu, a não  ser para me refletir e suprimir a minha solidão, preencher o vazio que a civilização abriu ao nos unir em sociedade. Somos seres solitários, a razão é solitária. A racionalidade nos separa de todo o resto. E nos separa enquanto indivíduos que se compreendem independente dos outros.

 Pensamos,  logo existimos separados de tudo e todos. Descartes não radicaliza a dúvida e nem o ceticismo, ele simplesmente se encontra enquanto ser racional, consciência de si mesmo, isolado, preso a subjetividade e a incompreensão do outro. Uma "coisa" só. Sem qualquer conexão intelectual com qualquer outra coisa existente! Só! Completamente isolado em sua consciência, impossível de chegar ao mundo e ao outro. Kant vai compreender isso e declarar que a "coisa em si não existe". Não alcançamos o mundo, nós o representamos a partir da nossa subjetividade, nem sequer o vislumbramos, como cogita Schopehauer, apenas o construímos a partir das nossas faculdades cognitivas, da nossas habilidades intelectuais.

Ao longo da existência humana os homens desenvolveram ferramentas para tentarem uma comunicação e entendimento.  Um mínimo de compartilhamento e interação, a fim de possibilitarem a construção de uma realidade fenomenológica comum. O aparecimento, via linguagem e conceitos, das coisas e do mundo, esses eternos desconhecidos.

Essa construção histórica é que enganou Hegel e iludiu os empiristas. Eles acreditaram numa relação material entre o "eu" e o mundo, através dos sentidos. Acreditaram que o conjunto das construções históricas, os fenômenos construídos pelos homens, sua linguagem e suas mediações, independiam da subjetividade do "eu". Mas, como sugeriu Sartre, o "eu para o outro" é uma construção consciente, formulada para aparecer ao outro, não como "eu sou", mas como "eu quero ser", ou "como eu quero que o outro me veja".

 Partindo disso, compreendo que qualquer realidade é mera representação de desejos comuns colocados em prática,  erguidos na conveniência social. O "mundo real", portanto, de real nada tem. A materialidade do mundo é  fruto da construção histórica das vontades e não algo pronto, pré-existente, determinado fora do "eu"  solitário.

  Os sofistas Protágoras e  Gorgias já  compreendiam isso e não lutavam contra essa condição: "tudo que existe é a medida do homem" e "a realidade, o real em si mesmo, não existe, e mesmo que exista não podem ser conhecido e se conhecido  for, jamais poderia ser compartilhado".

Diante dessa impossibilidade do conhecimento noumênico, dessa solidão existencial,  é compreensível  que nos assole essa angústia kiekergardiana, esse desejo desesperado por determinação e transcendência!

MNS.

sábado, 28 de março de 2020

A carreata e a incoerência econômica do Brasil.

Hoje, vendo e lendo sobre a carreata da morte em Santa Catarina e em algumas cidades, me pergunto o que pensam os homens de negócios no nosso país? Que norte econômico guia as suas ações? Não compreendo a lógica que eles usam para desenvolver seus negócios.

Toda a literatura e prática capitalista, nos leva a conclusão que é necessário estruturas bem consolidadas na área de saúde, educação, formação profissional, logística e transporte, comunicação e saneamento básico, um sistema financeiro enxuto e moderno, livre do rentismo e da especulação, capital produtivo movimentando o mercado de ações e o trabalho como base da economia. Para tal é necessário investimentos maciços nessas áreas.

No entanto, nosso parque industrial é precário, obsoleto, as estradas são de péssima qualidade e deficitárias, não temos uma malha ferroviária para escoamento e transporte de mercadorias, não dispomos de hidrovias, nossos serviços de logística e transporte rodoviário são extremamente frágeis e vulneráveis a qualquer crise, por menor que seja, nossa matriz energética é majoritariamente hidrelétrica e não investimos em energias alternativas e sustentáveis. Diante disso, reafirmo a pergunta que norte econômico guia o empresariado brasileiro? Que matriz teórica fundamenta a economia brasileira?

Ao longo dos meus 59 anos, convivi em diversos momentos da nossa história recente, com verdadeiros absurdos econômicos que fariam qualquer teórico do mundo moderno suicidar-se, ao verem suas teorias tão precariamente e erroneamente interpretadas e colocadas em prática, absolutamente fora de contexto e condições.

Adam Smith certamente comeria seus escritos se pudesse ver o que fizeram com sua teoria do trabalho como fundamento da riqueza das nações! Bentham e os Mills, certamente ficariam apopléticos de raiva, diante do utilitarismo barato e da falsa liberdade econômica que hoje se prática no mundo.
Keynes nem falo, coitado! seu bem estar social, afundou no neoliberalismo insano, que não leva em conta as pessoas e a sanidade delas, como fim primeiro da riqueza de uma nação.

Enfim, destruindo e deturpando os conceitos econômicos e seus fins, o Brasil, principalmente, é uma aberração econômica, onde mostra-se um pensamento neoliberal inconsequetemente minimista em relação ao Estado e uma estrutura medieval, feudalista e escravista, onde o empresariado não investe em tecnologia, formação profissional, infra estrutura e ainda deseja que o Estado "mínimo", assuma essa responsabilidade, investindo em educação, saúde, transporte, subsidiando a indústria e o agronegócio, modernizando estradas e bancando a demanda de energia. E quando vem a crise, quem deve arcar com o ônus? O Estado!

Reflitam, estudem, analisem a realidade e mandem esses empresários(?) recolherem-se aos seus feudos e trancaram seus portões, encherem seus fossos e rezarem para que o medo e o desespero não abra os olhos desse povo e finalmente ele entenda onde está a força e de onde emana o poder legítimo!

Essa carreata só revela e escancara a fragilidade desse modelo arcaico e colonial e escravista, que fundamenta o pensamento político, social e econômico da classe dominante nesse país de bananas. Demonstra o preconceito, o descaso e a falta de empatia das elites em relação a classe trabalhadora. Evidencia a desigualdade e o porquê de sua existência e tão profunda diferença.

Infelizmente o grito dos excluídos não chega nem a ser murmúrio nos ouvidos dos detentores do dinheiro e promotores dessa condição!

MNS 

quarta-feira, 25 de março de 2020

INSANIDADE


Não  é  mais uma questão de  confrontos ideológicos ou divergências conceituais, esse presidente extrapola a fronteira do razoável, do suportável, enquanto construção cognitiva. Ele viola todas as leis da lógica e da coerência política, desdenha da pesquisa científica, dos esforços dos profissionais de saúde, joga no lixo a experiência sanitária e infectologista da medicina preventiva de todo o planeta e constrói sua visão de realidade baseada em achismos, crenças  fúteis e opiniões infundadas de pessoas despreparadas, sem qualquer empatia com a população desse nação.

Seu discurso é uma afronta, não  só  a sociedade e ao povo brasileiro, mas as sociedades e as nações do mundo todo, que centram seus esforços no sentido de minimizar os efeitos desastrosos que essa pandemia causa e, de repente, assistem perplexos, um líder de uma nação importante, que exerce indiscutível influência política e econômica, na América do Sul e no mundo, destilar asneiras e difundir conflitos entre governadores, imprensa, autoridades locais e mundiais de saúde e a população desse país, numa irresponsabilidade jamais vista em um líder nacional.

Não é mais tolerável, do ponto de vista jurídico e legal, que esse insano continue a destilar seu veneno ideológico e a sua estreita visão sobre o povo brasileiro.
É imperativo que as autoridades, as instituições e os outros poderes constituídos, tomem definitivamente uma atitude firme e clara para colocar esse individuo no seu devido lugar. Que o façam compreender que ele não
stá a frente de um botequim e nem é chefe de gabinetezinho de deputado federal, cujos fins nunca foram o bem estar da sociedade  sim o proveito proprio. É urgente que se definam os limites de um presidente em um regime democrático de direito,  numa sociedade livre!

Àqueles que foram eleitos pelo povo para compor o Congresso Nacional, legislar e fiscalizar o cumprimento das leis e das diretrizes administrativas, devem se colocar acima dos seus desejos e interesses pessoais e fazerem a sua parte cumprindo o seu dever constitucional.

Assim também deve se colocar a Justiça e tomar as devidas medidas cabíveis diante do comportamento incompatível com a grandeza do cargo e a responsabilidade que ele acarreta.

Senhores façam aquilo que o povo e a Carta Magna lhes outorgou!

MNS

domingo, 22 de março de 2020

O HOMEM É UM ANIMAL SOCIAL

 Aristóteles é o mais sistemático dos filósofos, ele não mistura as coisas. Todo o seu esforço filosófico é buscar sistemas claros, específicos. Ele, diferentemente de Sócrates e Platão, busca discriminar minuciosamente cada parte dos objetos de estudo na sua época, tentando compreender, sem desvirtuar ou intervir, senão com a análise e a lógica racional, a condição humana e seus diversos constructos sociais, políticos, éticos, físicos e biológicos.

Se, "Toda a filosofia ocidental nada mais é que notas de rodapé à obra de Platão" , eu concordo plenamente com quem disse que a maioria dessas notas são de Aristóteles.

Diante disso, tentarei explicar e fundamentar a afirmativa que dá título a esse post, de que o homem é um animal social, baseado na conclusão aristotélica de que o homem é , por natureza, um "zoon politikon".

Para começar, não esqueçamos que na época de Aristóteles não existia a especificidade do termo "sociologia" ou "social" e "política" era relativo a convivência na pólis. Portanto, relativo à sociedade. Também é bom lembrarmos que a pior punição para o cidadão ateniense, era exatamente o desterro e ostracismo, que fez Sócrates preferir a cicuta. O que demonstra o quão importante era pertencer à cidade, a pólis.

Eu, academicamente assumiria a afirmativa aristotélica de que o homem é um ser social, fundamentado em toda a obra filosófica do período socrático (que me abstenho de citar, tanto pela quantidade, quanto pelo conhecimento da grande maioria que vier a ler estes escritos). É uma conclusão lógica e, ariscaria eu, a única capaz de reproduzir o que Aristóteles quis dizer com a expressão "zoon politikon".

Muitos poderiam contestar dizendo que político não é sinônimo de social. Sim, absolutamente não é! Mas, não foi a concepção do termo "social", que mudou ao longo do tempo e se distanciou da concepção do termo "política", ao contrário, foi a concepção de política, na era moderna, que se afastou daquela concepção clássica grega, muito mais próxima do termo moderno para sociabilidade.

O termo sociabilidade é moderno. Veio com a necessidade de substituir aquele antigo termo grego "politikon", que queria dizer relativo a cidade, a "pólis". Que não siginificava, de modo algum, o termo moderno, comumente traduzido, "cidade-estado", era muito mais próximo dos termos modernos de "Nação" ou "sociedade". Eu prefiro sociedade, pela complexidade que envolve esse termo, tanto quanto o termo grego, e que deriva do termo latim "sociatas " que é pós grego antigo e clássico, e começa a ser usado por volta do séc XIII, como equivalente a "comunidade de indivíduos". Por estas e outras muitas justificativas, eu compreendo e aceito, dentro da visão aristotélica, de que o homem é um animal social. 


No entanto, discordo dessa natureza. Na minha visão o homem é compelido, obrigado a viver em sociedade, não porque seja de sua natureza, mas, por pura necessidade. E necessidade no contexto atual, onde estão envolvidos todos os conceitos de escolha, liberdade, sociedade, globalização, privacidade, informação, egoísmo, utilidade, condição humana, enfim, essa concepção contemporânea de "ser humano".

A minha visão sobre a natureza humana é social e sob as lentes sartrianas e existencialistas, ou seja, não vejo a possibilidade de uma natureza humana e sim a construção de uma natureza pessoal, fundada na percepção e compreensão do mundo e das pessoas ao seu redor. Somos constructos sociais com bases no desejo e na necessidade de existir, enquanto ser que se encontra no mundo e precisa sobreviver.

MNS

sábado, 21 de março de 2020

Brasil, um navio sem timoneiro.


Uma nação gigante, cheia de riquezas e com um enorme potencial de crescimento. Um país com uma enorme área propícia a agricultura, pecuária e extrativismo. Rica em minérios e de uma beleza litorânea de dar inveja a gregos e mexicanos. Uma região  amazônica com a maior biodiversidade do mundo! Talvez uma das únicas nações com a possibilidade de conviver harmonicamente com o meio ambiente e ainda ser capaz de se industrializar sem ferí-lo ou destruí-lo.

Uma nação relativamente nova, se compararmos com o velho continente e suas civilizações milenares, com suas populações maduras e já se curvando para a velhice. Enfim, um país jovem, com uma população jovem, pronta para crescer e fazer desse país uma potência econômica e líder da América Latina!

Mas, infelizmente não saímos da promessa, não damos os passos iniciais para a realização do nosso potencial e sequer estamos estacionados! Não caminhamos para o horizonte, estamos com os olhos e os pés  voltados para trás! Batemos cabeça entre o desejo de ser grande e o medo da mudança real.

Os empresários querem crescer sem custo, sem investimentos pessoais, sempre sob as benesses  do estado( que dizem querer "mínimo")os agropecuaristas, preferem os grandes latifúndios e monoculturas, dão  prioridade a exportação "in natura" e inviabilizam a agroindústria nacional. Preferem ser os maiores produtores e exportadores de grãos, de laranja, etc, do que fomentar a manufatura e industrialização interna.
Reclamam dos subsídios das outras nações, mas não buscam agregar valores aos seus produtos. Clamam por um câmbio desvalorizado, mas não  diversificam seus produtos!

Já  o comércio lojista prefere (e com razão) a importação de produtos industrializados, visto que a indústria nacional não se moderniza, não  investe em tecnologia e nem valoriza seus quadros funcionais, promovendo a formação técnica e tecnológica deles. Anseia por tecnologia e mão-de-obra qualificada, mas, espera o "Estado Mínimo", fazer isso para ele. Sonega, sonega e reclama dos direitos sociais, tampouco investe em creches, moradia e educação para seus funcionários e seus familiares.

O setor de serviços flutua nesse meio entre indústria e comércio, a mercê dos ventos e dos investimentos internacionais, que são sempre incertos e voláteis, fogem ao menor desequilíbrio econômico ou crise interna ou externa.

O mercado financeiro é dominado por uma meia dúzia de grandes bancos e os investidores são, na sua maioria, especuladores financeiros e rentistas. Afinal, não  é a toa que muitos economistas e políticos, alcunham o Brasil de "paraíso do rentismo"!

E assim,trancos e barrancos, entre pilantras e idealistas, picaretas e incompetentes, corporativistas e lobistas gananciosos, interesses particulares, personalismos e populismo barato, entreguismos e ideológicos de boteco, preconceitos e ignorância, ora governados pelos ladrões, ora pelos idiotas, essa nação é  um barco a deriva, tendo como timoneiro um tolo cercado de loucos, fanáticos e bobos da corte, incapazes de saber sequer o que seria um timão, imagine navegar nessa tempestade chamada Covid-19.

MNS

Covid-19 e o Mito dos idiotas.



Muito já foi dito e desdito da pandemia que assola o mundo em plena era da comunicação. Um mundo maravilhoso onde não há mais pessoas isoladas, onde a informação é imediata e chega em qualquer recanto do planeta.

Não vou perder-me em redundâncias e aqui repetir os perigos e as catastróficas consequências que nos trouxe, traz e trará, esse minúsculo indivíduo, fruto de mutações e adaptações, na sua desesperada luta pela sobrevivência.

Um ser sem maldade, sem segundas intenções e que só age em função da sua sobrevivência, do seu procriar e da continuidade da sua espécie. Não se dá conta do rastro de morte e destruição que deixa pelo caminho. Apenas segue, driblando os fármacos e anticorpos, numa corrida sem outro fim ou projeto, senão sobreviver!

Ele se transformou na China e se espalhou pelo mundo, da Ásia a Europa, dos confins da África as selvas tropicais da América do Sul.

O tempo é curto para ele, por isso aprendeu a se multiplicar rapidamente e ficou mais resistente, imune aos medicamentos, menos letal, é verdade, no entanto, bem mais dinâmico na transmissibilidade atingindo assim um número bem maior de indivíduos em curto espaço de tempo! Tal habilidade o torna mais eficiente e capaz de matar quantitativamente muito mais indivíduos.

Mas esse ser, apesar de toda letalidade e terror que nos causa, não tem intencionalidade e nem consciência de seus atos. Mata, mas não porque deseja matar ou porque satisfaça um prazer pessoal. Mata porque precisa sobreviver!
Autoridades de todo o mundo compreendem essa condição e respeitam a natureza desse ser. Sabem que precisam combatê-lo e exterminá-lo o mais rápido e eficientemente. Não o subestimam, compreendem que o apelo natural que nos move, também a ele move, a sobrevivência de um é a morte do outro. Não é um mal programado, é uma luta pela sobrevivência. Essas autoridades, líderes de suas Nações, se colocam firmemente em suas ações e discursos, em prol do combate a esse ser. Cada um dos líderes desses países teve a serenidade de se colocar na defensiva, cientes do perigo que enfrentamos, sem substimá-lo. Sem rompantes e sem quixotismos. E a humanidade agradece a esses líderes e neles confia para fazerem o possível e o impossível para vencerem a luta contra o Covid-19...

Entretanto, em uma republiqueta de bananas, ao sul do Equador, onde um bando de idiotas liderados por um mito de barro, coberto de arrogância e mediocridade, preconceitos e ignorância, vai na contramão do resto do mundo. Neste país, seu líder não compreendeu a gravidade da situação e brinca de governar, dando bananas para o Covid-19. Não respeita os protocolos que as organizações mundiais de saúde, e sua própria equipe, definiram para conter a disseminação do vírus, sai às ruas e estimula acúmulo de pessoas em protestos contra as instituições e os poderes constituídos, em clara afronta aos preceitos constitucionais, a justiça e ao legislativo. Age como uma criança, fala como um demente e governa como um bodegueiro de esquina!

O Covid-19, pelo menos, tem a seu favor, ser um animal sem racionalidade, um indivíduo isento de qualquer intenção ou maldade, já o Mito dos Idiotas...

MNS

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

SER



Há pouco mais de duas semanas completei 59 anos de existência. Nada fundamental ou marcante na minha história,   ou na história de qualquer outra pessoa que orbita minha existência. Apenas me vi no mundo e no meio onde vivo, e compreendi, sem nenhuma outra qualquer catástrofe ou acidente, senão o meu completo discernimento da inutilidade da minha vida, que nada do que fiz ou sou, nem por mera coincidência ou afinidade casual, fez ou fará   qualquer diferença na vida de qualquer ser no mundo. Não sou e nem serei importante e nem terei qualquer relevância,  visto que, o que há não é  uma verdade pétrea, consagrada e definida em qualquer livro consagrado ou em qualquer  teoria cientificamente provada. Percebi, no auge da maturidade e olhando para  a descida ingrime e rápida do meu ocaso existencial, que o que move o mundo e define quaisquer atitudes  e ações humanas, não reside no pensar ou no saber. Cada homem ou mulher, ou mesmo qualquer animal, só  se move em direção  a si mesmo e ao seu prazer! Não  existe bondade, amizade, amor, desejo ou ódio, se não te direciona ao mais íntimo e escondido prazer. Não  há nada além de "eu". Todas as tentativas de coletivizar a vida é inútil. Somos adversários natos. Toda a nossa existência é disputa e desafio. Qualquer ser vivo, racional ou irracional, auto movente ou não, vive um eterno combate, uma sem fim luta pela sobrevivência e até mesmo pela mínima condição de ser, no que diz respeito a existir. Nada é definido ou dado, qualquer existir é individual, qualquer ser, é  mero existir, não vai além do simples sobreviver!
Não nos enganemos e nem nos superestimemos, ser humano, racional, consciente, só  nos leva a uma única conclusão:
Somos nada. Indiferença! É tudo que nós somos, não  passamos de ilusão.  Tudo que nos espera é a escuridão, o nada, a incompreensão!

Manoel N Silva.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

CARTA ABERTA AO VENTO E AO SOL!


Caros jornalistas, vocês que compõem essa privilegiada classe, capaz de levar a sociedade os fatos como realmente eles acontecem, ou pelo menos, buscar a visão mais próxima, a versão mais honesta, independente de vossas crenças  e ideologias, atentem ao que hoje acontece no mundo e ao seu redor. Aqui, no ambiente doméstico, nas soleiras de nossas portas, na distante Europa, nas longínquas terras onde nasceu a civilização, nos nossos vizinhos latino-americanos, na Ásia e Oceania...  Peço-vos encarecidamente, sejam interpretes imparciais do movimento do mundo, busquem todas as visões, explorem todos os ângulos e nos forneçam, por favor, as informações necessárias a um juízo crítico, consciente e sem absurdos e pseudoverdades! Não colaborem com a desinformação e o ideologismo, puro e simples. Não deixem que crenças e desejos sobreponham-se as ciências e ao conhecimento racional. Não deixem se alastrar o pior mal que a humanidade pode vir a padecer, a pior das pestes já enfrentadas pelo homem, o mais letal desastre jamais vencido e superado: a ignorância!
Essa que mata a criança inocente, por não lhe ser  permitida a prevenção eficaz  pelas vacinas, essa que ressuscita doenças há muito mortas e enterradas, essa que permite todas as pestes e que relega o homem a sua mais primitiva condição! Essa que devasta as florestas e seca as fontes e rios, que nega a ciência em nome do medo e da desesperança, que afoga em gases o planeta e sufoca seus mares com o plástico e o óleo. Esse mesmo óleo que a natureza nos forneceu com sabedoria como o combustível do nosso progresso, mas ela, aliada a outro pesadelo humano, a ganancia, acaba por destruir nações, espalhar a fome e a guerra, separando famílias, produzindo êxodos e diásporas pelo mundo todo.
Por isso senhores jornalistas, não falseiem a realidade, não deturpem os fatos, não conduzam ao erro o seu leitor, o seu ouvinte, o seu telespectador, o seu internauta e seguidor, aquele que deposita sua confiança cega, na certeza de que você o esclarece, que você é imparcial e que traz a noticia certa, correta como você a viu acontecer, sem maquiagem e sem máscaras, sem roupagens adicionais e sem intencionalidades de segundas monta!
Rogo também aos lideres religiosos, aos padres, aos sacerdotes, aos pastores e a todos que representam e falam por suas crenças, enfim, a todas as autoridades religiosas que olhem de frente seus fiéis, que não baixem seus olhos e lhes forneça o bálsamo maldito da ignorância, a muleta covarde da mentira e do medo sem razão! Sejam honestos para com seus deuses e suas ovelhas, mostrem ao rebanho que os segue, o alimento da ciência e da verdade, não lhes venda ídolos de barro, mesmo revestidos de ouro, mostre-lhes a real face do mal, que é a ignorância, a mentira, a ganância dos homens, seus desejos de poder e dominação, seus desjos desenfreados de riqueza, mesmo à custa da vida e da pobreza de muitos!
Imploro-vos, oh! senhores divinais, que aplaquem a sua gana por almas e valorizem a vida e o tempo humano! Não naturalizem o sofrimento vão e inútil, a fome, a doença, a guerra, a fuga, a violência e a morte. Não digam que essas coisas são a vontade de deuses, isso não poderia ser obra de deuses sãos, deuses felizes, deuses que amam e se alegram com a felicidade do povo. Não, deuses bons e sadios jamais iriam querer o sangue de inocentes derramados como sacrifício ao seu louvor! Retornem as suas matrizes e espalhem o amor que todo deus que eu já ouvi falar, cobra! Amem e amem-se mais do que a vã agonia da riqueza e da beleza, amem o próximo, mesmo que o próximo tenha vindo de bem distante, empurrado pelos deuses do medo e do pavor, acolham a verdade como principio e o respeito  como sentença.
A vossas excelências, meritíssimas e doutores, senhores das nossas vidas, que decidem nossos destinos, peço-lhes que não nos olhem de cima, que não nos julguem do alto de suas cadeiras douradas, com seus mantos negros e seus sorrisos gelados. Que não distribuam o pão que nos é devido, em partes tão desiguais. Por favor,  senhor prefeito, governador ou presidente, não pense que uma nação se faz sem gente e que aquela estrada reluzente, aquele estádio moderno se faz mais necessário que a pílula, a vacina, o prato diário de arroz e feijão. Senadores, deputados e vereadores, não cedam a pressão do dinheiro, não joguem o aposentado, o trabalhador, a mulher e o deficiente no lixo dos bancos, não os obrigue a mendicância, a morte lenta e a vida sem riso, sem casa e sem dinheiro, sem remédio e remendo!
A todos os outros, que de uma forma ou de outra, por medo ou por crença, por desgosto ou por gosto mesmo, que podem e não fazem nada, ou mesmo que nada possam fazer, peço-lhes que pelo menos, façam um esforço para gritar! Que pensem, que se sentem diante de si mesmos, nem precisa ser na frente do espelho, olhem ao redor e fechem os olhos e reflitam, perguntem, indaguem, nem que seja  ao vento ou ao sol, o porque de tudo que vocês não sabem explicar!

MNS