segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

SER



Há pouco mais de duas semanas completei 59 anos de existência. Nada fundamental ou marcante na minha história,   ou na história de qualquer outra pessoa que orbita minha existência. Apenas me vi no mundo e no meio onde vivo, e compreendi, sem nenhuma outra qualquer catástrofe ou acidente, senão o meu completo discernimento da inutilidade da minha vida, que nada do que fiz ou sou, nem por mera coincidência ou afinidade casual, fez ou fará   qualquer diferença na vida de qualquer ser no mundo. Não sou e nem serei importante e nem terei qualquer relevância,  visto que, o que há não é  uma verdade pétrea, consagrada e definida em qualquer livro consagrado ou em qualquer  teoria cientificamente provada. Percebi, no auge da maturidade e olhando para  a descida ingrime e rápida do meu ocaso existencial, que o que move o mundo e define quaisquer atitudes  e ações humanas, não reside no pensar ou no saber. Cada homem ou mulher, ou mesmo qualquer animal, só  se move em direção  a si mesmo e ao seu prazer! Não  existe bondade, amizade, amor, desejo ou ódio, se não te direciona ao mais íntimo e escondido prazer. Não  há nada além de "eu". Todas as tentativas de coletivizar a vida é inútil. Somos adversários natos. Toda a nossa existência é disputa e desafio. Qualquer ser vivo, racional ou irracional, auto movente ou não, vive um eterno combate, uma sem fim luta pela sobrevivência e até mesmo pela mínima condição de ser, no que diz respeito a existir. Nada é definido ou dado, qualquer existir é individual, qualquer ser, é  mero existir, não vai além do simples sobreviver!
Não nos enganemos e nem nos superestimemos, ser humano, racional, consciente, só  nos leva a uma única conclusão:
Somos nada. Indiferença! É tudo que nós somos, não  passamos de ilusão.  Tudo que nos espera é a escuridão, o nada, a incompreensão!

Manoel N Silva.

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