terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


Ditadura.



       Naturalmente que não há o perigo urgente de uma ditadura e, talvez, nunca mais venham a existir, ditaduras como eu as conheci nas décadas de 60, 70 e 80, A configuração atual, com comunicações instantâneas, a rede mundial com imagem e som ao vivo e a cores dificultam a articulação e a organização e, principalmente a manipulação da sociedade, o direcionamento da opinião publica e a criação de um inimigo de todas as classes, que serviria como fator de união e superação das diferenças ideológicas.


         Por isso, o que temo mesmo é a crescente disposição da sociedade para o conservadorismo, a intolerância, o preconceito. a proliferação de seitas e religiões radicais, fanatismo politico e religioso. Fatores esses que podem nos levar a um governo de exceção, sem necessariamente passarmos por um processo violento e traumático.


       Portanto, meus caros, esses "formadores de opinião", esses especialistas de televisão, essa mídia massacrante e manipuladora, cada vez mais, proporcionam que cheguem ao poder pessoas com tendências autoritárias e conservadoras. Nas nossas casas legislativas, se formam blocos e bancadas cada vez mais reacionários e preconceituosos, sejam de fundo ideológico religioso ou politico. As minorias são cada vez mais deixadas de lado, sob a alegação da busca de um bem comum, geral, que vai beneficiar a sociedade como um todo.


    Com isso, surgem aqui e ali, propostas, leis, regras e costumes que vão condicionando a sociedade, esmagando as liberdades, sem alarde e sem foguetório, sem causar aparente ruptura. Hoje, se usa a violência (o medo da), para aprovar leis de exceção, controle das classes mais pobres, exclusão e marginalização das minorias, descrédito da classe política e criminalização dos movimentos sociais.


      Dessa forma e, assim colocado, não temo esses que gritam inflamados por um Golpe, por uma ruptura violenta. Não, meu medo se origina daqueles eu se aproveitam desses discursos inflamados, dos acontecimentos aleatórios, dos fatos diários da violência urbana, dos ânimos exaltados, e então, maximalizam e generalizam, para criar ambiente propício para fomentar o descredito, o caos e assim criarem as leis, permitirem as medidas de exceção que nos conduzem ao estado de exceção, sem sequer nos apercebermos de tal fato!


Manoel Nogueira