Toda a literatura e prática capitalista, nos leva a conclusão que é necessário estruturas bem consolidadas na área de saúde, educação, formação profissional, logística e transporte, comunicação e saneamento básico, um sistema financeiro enxuto e moderno, livre do rentismo e da especulação, capital produtivo movimentando o mercado de ações e o trabalho como base da economia. Para tal é necessário investimentos maciços nessas áreas.
No entanto, nosso parque industrial é precário, obsoleto, as estradas são de péssima qualidade e deficitárias, não temos uma malha ferroviária para escoamento e transporte de mercadorias, não dispomos de hidrovias, nossos serviços de logística e transporte rodoviário são extremamente frágeis e vulneráveis a qualquer crise, por menor que seja, nossa matriz energética é majoritariamente hidrelétrica e não investimos em energias alternativas e sustentáveis. Diante disso, reafirmo a pergunta que norte econômico guia o empresariado brasileiro? Que matriz teórica fundamenta a economia brasileira?
Ao longo dos meus 59 anos, convivi em diversos momentos da nossa história recente, com verdadeiros absurdos econômicos que fariam qualquer teórico do mundo moderno suicidar-se, ao verem suas teorias tão precariamente e erroneamente interpretadas e colocadas em prática, absolutamente fora de contexto e condições.
Adam Smith certamente comeria seus escritos se pudesse ver o que fizeram com sua teoria do trabalho como fundamento da riqueza das nações! Bentham e os Mills, certamente ficariam apopléticos de raiva, diante do utilitarismo barato e da falsa liberdade econômica que hoje se prática no mundo.
Keynes nem falo, coitado! seu bem estar social, afundou no neoliberalismo insano, que não leva em conta as pessoas e a sanidade delas, como fim primeiro da riqueza de uma nação.
Enfim, destruindo e deturpando os conceitos econômicos e seus fins, o Brasil, principalmente, é uma aberração econômica, onde mostra-se um pensamento neoliberal inconsequetemente minimista em relação ao Estado e uma estrutura medieval, feudalista e escravista, onde o empresariado não investe em tecnologia, formação profissional, infra estrutura e ainda deseja que o Estado "mínimo", assuma essa responsabilidade, investindo em educação, saúde, transporte, subsidiando a indústria e o agronegócio, modernizando estradas e bancando a demanda de energia. E quando vem a crise, quem deve arcar com o ônus? O Estado!
Reflitam, estudem, analisem a realidade e mandem esses empresários(?) recolherem-se aos seus feudos e trancaram seus portões, encherem seus fossos e rezarem para que o medo e o desespero não abra os olhos desse povo e finalmente ele entenda onde está a força e de onde emana o poder legítimo!
Essa carreata só revela e escancara a fragilidade desse modelo arcaico e colonial e escravista, que fundamenta o pensamento político, social e econômico da classe dominante nesse país de bananas. Demonstra o preconceito, o descaso e a falta de empatia das elites em relação a classe trabalhadora. Evidencia a desigualdade e o porquê de sua existência e tão profunda diferença.
Infelizmente o grito dos excluídos não chega nem a ser murmúrio nos ouvidos dos detentores do dinheiro e promotores dessa condição!
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