sexta-feira, 28 de março de 2008

HÁ ESPAÇO PARA O VERDADEIRO PENSADOR NA SOCIEDADE ATUAL?


Diante do imediatismo da internet, a rapidez das transformações tecnológicas, a sociedade cada vez mais consumista e egoísta. Há espaço para o pensamento filosófico na sua forma tradicional?

Diante disso não seria necessária uma reformulação na maneira do filósofo, colocar seu pensamento? Deixar as peripécias da linguagem e aderir a objetividade das palavras, ser mais popular e menos técnico. Palavras como dialética, niilismo, hermetismo, deísmo, teísmo, não afastam as mentes apressadas da sociedade atual? Não seria essa "linguagem" um dos motivos do pouco interesse pelo pensamento filosófico?

Essa pompa de falar difícil é pura vaidade apenas para impressionar as pessoas, no final o tiro sai pela culatra. Acaba-se não dizendo nada e passando por ignorante.

Tem gente inteligentíssima, porém, eu nem chego perto, o cara pra dizer que branco é branco usa mil palavras... No tempo que leva para decifrar as palavras o raciocínio vai por água abaixo... O dicionário tem muitas palavras para o mesmo significado. A sabedoria popular é dinâmica.

Devo argumentar que minha indagação se refere à rejeição natural do pensamento, pela praticidade que existe na sociedade atual, e a falta de agilidade na linguagem filosófica. Numa sociedade aonde a notícia chega imediatamente a todos os recantos do globo. É indiscutível que a filosofia ganhe agilidade, pelo menos de expressão, já que a arte de pensar é lenta e requer tempo.

Não concordo com alguns que acham a filosofia inútil. a filosofia é formadora de homens. Ele ajuda em todas as profissões. Ela é aplicável a todos os segmentos da sociedade.
Vejamos, quando a criança de dois anos pergunta aos pais alguma coisa que já sabe. Freqüentemente, crianças pequenas fazem esse tipo de questão. Basta aos pais devolver a pergunta e a criança responderá com um sorriso feliz por constatar que sabe a resposta(maiêutica). isso é filosofia aplicada no dia-a-dia.

Por que o filosofo tem que distanciar-se da sociedade e do meio, para pensar?. os filósofos antigos faziam isso porque as suas sociedades assim permitiam. Hoje temos que adaptarmos a linguagem filosófica a moderna. Veja os jovens, eles criaram uma linguagem própria na internet, por necessidade, isso é filosofia. O Minguxês é uma língua nova, criada a partir da fonética das palavras, assim fica mais fácil o entendimento e mais rápida a comunicação. A filosofia não precisa acelerar seu pensamento, nem modificar a sua metodologia, apenas aproximar a linguagem do coletivo, senão correrá o risco de acabar em salas de biblioteca e em academias fechadas, aí sim, a inutilidade da filosofia seria definitivamente decretada.

Eu não proponho que a filosofia vá usar o Mingunxês, apenas citei uma situação em que a linguagem resolveu o problema(no caso dos jovens), não dá para usar minguxês em filosofia. Apenas sugeri uma aproximação ao coloquial.

Eu sou de opinião que a distorção do pensamento se deve exatamente pela falta de conhecimento da maioria dessas idéias, se a filosofia fosse acessível ao povo, não deixaria margens a distorções e mesmo que distorcidas seriam reconhecidas. O pensamento deve servir ao povo e não há poucos.

"Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé", Agilizando a linguagem já seria uma forma de aproximação ao povo, invertendo a síntese, sair do complexo ao simples.

Levar a filosofia ao povo, desde que não caía na doutrinação ideológica, ou seja não coloquem as suas próprias convicções como verdades, a filosofia só ajuda quando liberta o ser para o pensamento... Com o tempo eles vão aprender a pensar e resolver seus problemas e a adquirir as suas próprias convicções. O ser humano é potencialmente individual.

Eu vejo o conhecimento filosófico individual importantíssimo, devemos nos debruçar sobre os livros sim, mas ao falarmos dele devemos está sintonizados com o nosso meio, comunicarmo-nos com a sociedade da forma que ela comunica-se.

Acredito que a filosofia tem que pensar o seu mundo atual, a sua sociedade, o seu meio. Não acho fundamental descrever a dialética. Acho fundamental dialogar a atualidade.

Ousar é só para os fortes de espírito....

Não estou a dizer que o conhecimento filosófico não é importante, isto seria loucura, o que eu disse é que a forma lingüística primorosa da filosofia, a afasta do popular, em nenhum momento estou a discutir a importância da filosofia. A inutilidade que falei é exatamente por está fora do alcance da maioria. Evidente que para ser filósofo é necessário estudo e dinheiro, como também vontade e dedicação. Isto não implica elitização da filosofia, e sim dos filósofos. Você pode ser e ter todo o conhecimento do mundo, só que ao expô-lo não precisa falar como extraterrestre.

Certamente que o filósofo é de certa forma uma pessoa diferente da média, e humildade nunca foi uma (virtude) do filósofo. Nem poderia, é incompatível com quem que conhecer além do existente.

Dizem que a O Google, não é confiável... Mas o que seria confiável? O Google (Não só ele, como todos os outros sites de busca.) é um instrumento, a meu ver, de grande utilidade para qualquer área do conhecimento humano, afinal temos ao toque do mouse quase toda informação do planeta, acho que Platão e Sócrates ficariam maravilhados e com certeza fariam uso desta ferramenta.

A minha visão é que o espaço para o pensador existe, mas vai depender de sua capacidade de comunicação e sua agilidade expressiva. O pensador vai ter que adaptar-se as novas tecnologias e fazer algumas concessões em seu clássico modo de comunicação. Vai ter que descartar o prolixo. Simplificar seus conceitos (conceitos e não pensamento). Ou seja, dentro do possível, dada a complexidade do pensar e investigar, aproximar-se da sociedade.

Acredito que se o homem, conseguir dá o devido fim( utilização em benefício da humanidade), a tecnologia, sobrará ainda mais espaço para o pensamento, com isso mais tecnologia será criada e mais espaço, até que cheguemos ao estágio da utópica condição de seres intelectualmente superiores, voltados para o pensamento e a contemplação do universo. Respostas surgirão. Novas questões... Respostas... E sempre... Sempre... Um eterno questionar e descobrir...

terça-feira, 11 de março de 2008

PEQUENAS MUDANÇAS... A SOLUÇÃO?




Eu acredito que toda mudança parte do menor para o maior e só assim funciona, quando partimos do macro para o micro, esmagamos e machucamos. é como jogar uma pedra numa formiga. já o contrario, é indolor e vai surtindo efeito, aquela velha sabedoria popular "água mole em pedra dura tanto bate até que fura"... “a união faz a força".... Começo por mim, minha família, minha rua, meu bairro... E por ai vai..
É que as pequenas mudanças, não são no rumo da reformulação, existe uma enorme pedra que nos esmaga e direciona as nossa mudanças... Veja a última pedra é a questão ambiental, em nome deste ambiente a ser salvo, as elites, que sempre fizeram e desfizeram do meio ambiente, diante da impossibilidade de esmagamento direto, lança mão de pedras menores, disfarçadas de atitudes individuais, mas que na realidade tem como objetivo uma mudança de cima para baixo. O que você vê hoje na mídia é um bombardeio sobre aquecimento global, etc. e tal... Mas sabe por quê? Algumas décadas atrás era o petróleo... Mais recentemente a questão da AIDS... E assim por diante... A massa é manipulada para direcionar suas mudanças, que são realmente as que conseguem desviar o rumo de uma nação, de acordo com o desejo da elite que a domina... Veja o Green Peace, era a maior entidade em defesa do meio ambiente... O aquecimento global atou as mãos do Green Peace, as elites dominantes, pegaram o discurso do GP e fizeram seus, com as suas devidas modificações. De forma maquiavélica, anularam toda a força do Green Peace, afinal eles falam a mesma língua...percebeu? Se o Green Peace vier a desmascarar essa manipulação de seu discurso, perderá toda credibilidade... É exatamente por isso a minha desesperada luta para que a filosofia e o conhecimento sejam menos prolixo e chegue a todos, pois se todos tiverem a visão esclarecida não serão mais essa massa manobrada nas mãos das elites... Essa mudança pode ser feita de cima para baixo, já que não depende de uma Elite Dominante (Estado), apenas da elite pensante, que sabe e pode se desviar desse poder do Estado. Vejamos, se mudarmos a forma de falar e os meios de divulgar o conhecimento...
Quem lê nesse país?...A TV Digital já chegou todas a elite dominante já está preparada e pronta para inundar com canais e canais a seu bel prazer, precisamos acabar com essa idéia de que filosofia deva ser para poucos. Que temos que nos empanturrar de livros... Precisamos agilizar a divulgação desse conhecimento, de forma que seja acessível à massa... Numa linguagem popular, não menosprezemos a capacidade de absorção da massa, mesmo porque você vê como ela absorve rapidamente o "conteúdo" das elites, porque não iria absorver o conhecimento? Promover conhecimento de forma atrativa... Um computador bem equipado pode conscientizar mil vezes mais que dez estantes abarrotadas de livros... Vivemos uma era digital, a informação caminha a velocidade do megahertz, a imagem fala mais que livros... Não adianta querer retroceder, ou adaptamos o conhecimento a nova comunicação ou nos tornaremos macacos de auditório... Robozinhos programados para dizer sim, sim , sim... É exatamente isso o que acontece, a massa adormece através da facilidade do compre feito, até a sua personalidade lhe é oferecida sem esforço experimental de sua vivência, você é vendido empacotado e embrulhado, pronto para agir (conforme programado)... Precisamos adaptar o conhecimento a essa nova era da comunicação. Se eu mostro um filme com conteúdo filosófico... E depois faço uma discussão sobre esse filme e insiro no universo de cada um a idéia do pensar, situo no filme a relação com cada um, isso é conhecimento.
A massa não tem preguiça de pensar, essa idéia é exatamente o que a elite dominante, procura propagar, bestializando a sua programação midiática e o conteúdo educacional da escola... Isso sim é que inibe a vontade inerente ao homem de buscar conhecimento e pensar... A facilidade do self service que é imposta, até na educação, pois mesmo sem aprender, você tem o "Prato feito" garantido da aprovação... A fome se presta ao que lhe for servido, se não tem caviar, come-se feijão... Assim é a fome de conhecimento do povo, se não tem filosofia, come-se Big brothers... Creio que o grande problema da não expansão do saber e da massificação do povo é preconceito intelectual, contra essa massa... Todo ser inteligente e pensante vê a massa como burra e incapaz de pensar, com isso cada vez mais se afasta dela, quando deveria ocorrer um fluxo contrário, a elite pensante ir ao encontro da massa e assim quebrar esse pré-conceito absurdo, afinal tudo que um ser comum é, um filósofo é igual, apenas o ser comum foi privado do conhecimento que este outro teve... A razão sempre é suficiente... A força nunca funcionou adequadamente, ela dá certo num primeiro momento, depois a razão mina essa estabilidade... É assim que caem os regimes de força, a razão sobrepõe-se a força... Toda a história nos prova que sempre a cada queda de um império uma pequena mudança de comportamento no sentido da liberdade foi dada... Foram abolidas práticas de escravidão, apenas para exemplificar, claro que existem formas de escravidão, mas não a física, sempre há uma abertura, um passo ao encontro da liberdade.

domingo, 9 de março de 2008

ORKUT E FILOSOFIA (comunidades de..)



O descaso ao conhecimento e a filosofia é visível neste espaço virtual, a lógica e o racional não se fazem presentes, e deliramos em crenças e mitos, sandices e banalidades... deuses paranormais, deuses metafísicos, deuses sociais, deuses culturais e deuses pessoais povoam esse universo em teses e teorias embasadas na intuição, no achar e no crer. Não há uma teoria que se conclua ou produza conhecimento, fortaleça uma teoria ou esclareça alguma dúvida. Que filosofia é essa que se perde em devaneios e pregações diversas de pontos de vistas e cultos pessoais, que se afunilam no estreito caminho do individuo? A filosofia se baseia no perguntar, no duvidar? Sim, mas a filosofia não é dúvida é esclarecimento de dúvidas, construção de idéias e conceitos, resolução de problemas, fortalecimento de pensamentos lógicos e racionais. Filosofia é abertura de caminhos, expansão de possibilidades e não caminho de mão única para um ser, um filosofo, uma idéia. Filosofia é a razão humana. Filosofia é o conjunto do pensamento humano e a busca de seu equilíbrio. Me revolta que, baseados na premissa de que tudo é filosofia, venha-se a propor das mais estapafúrdias bobagens e, me choca a aceitação por todos, dessa “caganeira filosófica”, que é derramada em fartas e generosas quantidades. Chafurdamos na mais chula das discussões, como se estivéssemos a despejar sabedoria e conhecimento. Orgulhamo-nos da quantidade mal cheirosa dos nossos dejetos verbais, como se fora uma obra prima do conhecimento universal.
Certa vez, li um artigo com a seguinte pergunta: Você olha a privada antes de defecar? O que você vê? Ocorreu-me que a resposta só poderia ser uma, depois de vivenciar uma grande maioria dos artigos filosóficos atuais: Filosofia.

Não estou a procura de respostas bonitas...estou a procura de conhecimento e não de me perder em ideologias narcisistas de filósofos bêbados e fracassados ou religiosos e fanáticos em seu egocentrismo e exacerbada megalomania de humanidade...a vida e o saber é duro, mas não idiota e desesperado, os caminhos da filosofia não passam simplesmente pela pregação de idéias e validação de conceitos esdrúxulos, baseados em vivencias pessoais, zonais e temporais...não existe solução partindo do individuo para o todo... ninguém, nenhum filosofo ou estudioso, sábio ou qualquer ser humano, poderá definir o ser humano e determinar suas ações.....porém, e no conjunto desses pensamento que, talvez, apenas talvez..se consiga compreender o ser humano...não é colidindo com o conhecimento e destruindo sua validade que iremos construir sabedoria e discernimento pra seguirmos em nossa existência...não é abandonado conhecimentos seculares ou mesmo imediatos..em nome de crença e convicção única que galgaremos a evolução que perseguem todos os filosofos sérios e realmente preocupados com o conhecer...aprender...resolver...não nos escondendo sobre essa premissa de que a filosofia é dúvida que devemos simplesmente destruir tudo sem racionalizar e analisar cada solução proposta...não existe filosofia sem conclusão, existe sim filosofar na busca dessa conclusão, se chegaremos ou não...é sim improvável, mas a busca tem rumo..tem propósito..não é uma nuvem de fumaça fantasiosa e pirotécnica.Não quero demais não..estou colocando apenas uma constatação...e eu realmente não acho o orkut saudável, ele é palco de manipulações das mais diversas...mas, me reservo o direito de expressar minha visão do que se passa...não tenho a pretensão de transformar o orkut em lugar de verdadeiro debate de idéias e procura de conhecimento real..no entanto, continuarei tentando...se me considerarem também pregador, saberei que em alguns isso não prevalecerá, pois saberão discernir a minha verdadeira intenção...que é que compreendam que a filosofia é para solucionar as dúvidas e não para confundir a humanidade... como pregam muitos...Ler não é conhecer...o conhecimento se dá na compreensão da leitura...é possível aprender muito lendo apenas um livro do que lendo 100...livros de filosofia, pelo menos no Brasil, são em grande maioria interpretações pessoais, estudos de outros autores, a produção filosófica nos últimos anos é muito pouca, o que tenho visto é Aristóteles e a influência...., a razão pura de Kant, sob o aspecto... que temos de novo para ler? Talvez esse conselho de que ler é buscar conhecimento esteja meio capenga...é pela vivência e pela observação que se produz filosofia e saber...ler é apenas transferência de conhecimento existente...produzir conhecimento requer visão do futuro e não simples retorno ao passado... ..busca por conceitos mastigados e entregues em lindas encadernações...produzir conhecimento é sair do existente e criar o inusitado...o passado é importante como experiência e não como definição e determinação do futuro ele é parâmetro em busca de novos saberes e soluções.. evocar o passado e fazer dele futuro é preguiça mental, reciclar idéias é maquiar o passado e e vende-lo como novidade...temos que produzir novos caminhos e não cultuar e idolatrar gênios... temos que completá-los e superá-los...é isso que eu vejo como aprender e produzir novos conhecimentos..eu vejo o ser humano como o resultado de si e da realidade em que ele está colocado no momento, não analiso o ser humano sob a ótica de quem não presenciou essa realidade, não posso e não vou aplicar conceitos temporais e zonais, como determinante de uma realidade ainda não existente...como produtor de um ser que é no presente momento de sua existência...único.

Impérios nascem e morrem por que seus idealizadores e mantenedores não se abrem a realidade que é formulada a cada dia, a cada segundo..sistemas fracassam por que se comprometem a metodizar o ser humano, a programar ações, esquecem de que o ser humano não é fabricado em série, ele não nasce pronto, ele não é programável no seu total...ele é influenciável, manipulável...mas, a qualquer momento ele está sujeito ao meio, a realidade que o cerca e a necessidade de individualizar-se... uma frase... um movimento ... qualquer insignificante fato pode desmoronar com toda a sua formação... eu não sou religioso e muito menos acredito em deuses, seja em forma de filosofia ou mística...eu só acredito naquilo que minha razão abarca...não tenho crenças ou ídolos, mestres, ideologias ou gurus, não faço parte de turma, fã-clube, gang, sociedade, sindicato ou qualquer coisa do gênero...e não sou filosofo... penso livremente...não me delimito a correntes ou conceitos preconcebidos me entregues em folhas macias e letras douradas...eu não estou com isso, dispensando o conhecimento existente,quero deixar claro, eu o uso e subo nos ombros do gigante...só que para olhar para frente ou para cima e nunca para trás ou para baixo...conceitos são bases e não construções, para construções precisamos de projeções...Fundamentalmente é isso, a intuição por si só é delírio, o conceito por si só é limite...a intuição com base é pensamento em construção..é produção de conhecimento..é filosofia...

sexta-feira, 7 de março de 2008

A REALIDADE É O MUNDO EM QUE VIVEMOS...


O que é a realidade? O que é o real? Seria o mundo? As pessoas, os animais, as plantas e tudo mais que a nossa percepção alcança? Ou isto é apenas uma ilusão criada por nossa mente, uma sombra do mundo real, ao qual nos incita Platão, a conhecer? Que mundo real seria esse e, o que nos prende a essa caverna escura? Apenas o desconhecer, o não saber da existência desse mundo real? Haveria verdade nestas teorias de que somos e vivemos numa ilusão? Não posso encontrar fatos ou provas concretas que me apontem, nem mesmo indícios, por mais frágeis, que me levem a admitir tal possibilidade. Não compreendo o que leva pensadores, dos mais sábios e respeitados, a subestimarem a existência do homem e seu habitat, o planeta terra e toda estrutura física do universo. Em que se baseia a afirmação que a realidade não existe? Na limitação de nossa percepção física, na incapacidade natural que nos limita de “ver” ou “sentir” essa realidade? Não... Não pode ser apenas isso... Poderia ser a descrença desses homens no ser humano, que embasados em suas mentes brilhantes, tentam fazer sentido a contradição no ser humano... Ou talvez a incompreensão de sua própria natureza humana, a incapacidade de admitir que sejam portadores de sentimentos falhos e maus.
Essas mentes brilhantes e criativas, decepcionadas com sua própria condição, procuram forjar uma realidade inexistente e perfeita, onde caibam seus desejos e sonhos de um ser humano perfeito... Não, não posso negar a realidade e minha condição de Ser humano. com meus defeitos e imperfeições, desejos egoístas e individuais, não posso, em nome de uma idealização de ser humano, desprezar meu mundo, minha realidade e minha humanidade, por isso me recuso a “enxergar” além do que existe, pois isso seria apenas fugir do espelho, esconder-se debaixo da cama, pura covardia, preciso e encaro o monstro que posso ser, o ser humano. Afirmo, mesmo contra a fé e a filosofia de alguns, a realidade existe e esse é o mundo real, o único que temos e teremos, nessa breve existência que temos.
Como supor uma realidade além desse mundo a que sentimos e percebemos? Tosas as descobertas e tudo o que a filosofia e todas as ciências fazem se baseiam e, é fruto desta realidade, sem esta nada seria possível, nem mesmo as utópicas e absurdas teorias de multirealidades, a fértil imaginação da ficção e as loucuras da fé... Tudo se enraíza nesta suposta ilusão de realidade, todos os conceitos e todas as teses, sínteses, antíteses, se percebem apenas nesta realidade. Não há como ser, seja do ponto de vista do existencialismo, seja do ponto de vista do determinismo, realismo, ou qualquer outro ismo, que não aqui, nesta realidade parca e imunda, mas real e humana.
Não busco uma confirmação desta certeza, que construí forjado no sentir e ser do Ser humano, em suas mais diversas manifestações, o medo, a fé, o amor, a solidão, o desejo, etc., O que busco é a compreensão da aceitação de tantos nestas divagações... Pergunto-me aonde quer chegar o ser humano que acredita que existe uma realidade diferente desta, outro mundo... Qual a sua alegria e prazer de viver, se acredita que não existe? Que é apenas uma ilusão ou um espírito controlado por um ser supremo que lhe guarda um paraíso, onde terá uma realidade plena? Que vida pode ter um ser humano que acredita fazer parte de um “todo”, que faz parte de uma consciência coletiva que comanda sua existência... O que pode haver de humano, de vida em seres assim?
Entendo que a limitação de nossa percepção nos deixa entrever apenas a ponta do iceberg do que existe, em sua totalidade, sons, luzes, dimensões, estão fora do alcance desta percepção, mas não são ilusões o que vivenciamos no dia-a-dia, toda ciência e tecnologia que criamos, nossa história, civilizações, impérios...tudo é, e foi real. O homem é o senhor de seu mundo, o construtor de sua realidade. O homem diante de sua limitação sensorial, constrói seus olhos e seus ouvidos, para poder perceber sua realidade de forma mais abrangente, se hoje a realidade nos parece pequena, delimitada pelas fronteiras naturais, amanhã, se abandonarmos essa procura por outras realidades e nos concentrarmos em resolver os problemas dessa, que é a única que podemos ter, abriremos essas fronteiras ultrapassaremos esses limites, iremos além da superfície e descobriremos essa montanha, colocaremos toda ela ao alcance de nossa percepção.
O que é o “ser em si mesmo”? a “essência”? a “existência”? “ a vontade de verdade”? a “alma”?, o “eu”? o “ego”? Senão o ser humano, a sua realidade a sua vontade potencial criativa e criadora, o seu poder individual e coletivo de interferência real, consistente, capaz de destruir e construir, não existe poder controlado e controlável maior que o poder do ser humano. A natureza tem poderes, me diriam os místicos, sim a natureza tem poderes, mas não os controla, não pensa e dirige esses poderes... o homem, ao contrário tem a força suprema da inteligência, altera a natureza e direciona seu poder para seu beneficio...esse sim é o verdadeiro e real poder, o poder da humanidade, a força suprema que governa o mundo e a natureza deste. Se mal conduzimos e usamos esse poder, isso sim deve ser pensado, discutido... Não podemos mais ficar divagando sobre ser ou não ser, existir ou não existir, a existência se revela por si própria, se manifesta a cada dia e a cada hora, em cada criança que chora de fome, em cada rio que morre na violência urbana que explode em nossa cara, na grade que nos separa da vida...
Não há o que se perguntar da realidade... Ela estampa-se vermelha e cinza nos nossos olhos.
Porque criar paradoxos, encruzilhadas e barreiras, se o pensamento pode ser utilizado, para construir caminhos, dispersar a escuridão? Talvez, entre todos os filósofos e pensadores que a humanidade produziu apenas dois, possam ser considerados homens, representantes dignos de sua existência e natureza. Marx, por que baseia toda a sua teoria no homem, na capacidade produtiva deste, no seu potencial social e humano e Nietzsche, por sua antagônica visão do homem, sua descrença nesta capacidade, a certeza de seu poder de destruição e maldade. Mas ambos, embora conflitantes em suas avaliações e errôneos em suas esperanças, não discutiam a existência ou não da humanidade, eles sabiam de sua realidade, do real de sua existência. Procuram direcionar o pensamento para a solução dos conflitos humanos e superação de suas próprias barreiras e não imaginar mundos fantásticos e situações poéticas e fictícias para justificar nossos erros e defeitos. Enquanto um se esforçava para pensar e construir uma sociedade que fosse a mais justa para a humanidade, o outro buscava a destruição dessa sociedade existente para um renascimento mais puro do ser humano... Podemos contestar suas teorias, mas jamais poderemos contestar as suas naturezas humanas e centradas na realidade, no mundo real do ser humano.
Sei que estou indo de encontro com a esperança e a crença de uma leva da humanidade que se apóia na mágica da ilusão, para justificar o fracasso pessoal e coletivo do ser humano. Estou ferindo a bondade, a virtude e o amor... Sentimentos humanos que nos afundam cada vez mais no egoísmo e futilidade existencial. Para ser bom é preciso abobalhar-se? Reduzir-se a farrapos humanos? choramingar nossos defeitos e pedir que uma força além da existência e realidade, nos ampare? Não, não precisamos dessas muletas, desses guias e cabrestos, o homem é a força que precisa para conduzir seu destino e construir seu futuro... Ele precisa apenas decidir se quer ou não um futuro, pois é em sua força e capacidade, no seu poder ilimitado que reside a solução da humanidade.
Não é desprezando a ciência(realidade) ou a filosofia(interpretação), mas sim construindo a ponte de ligação entre as duas...é esse o objetivo maior...isso é o que devemos buscar...não precisamos do ceticismo radical ou da crença cega, a realidade precisa ser sentida e compreendida como real, para que o homem possa, consciente de seu peso e valor,da sua capacidade infinita de criação e descoberta, tomar as rédeas de seu futuro...caminhar firme e decidido num caminho real, herdado do acaso da criação, mas, esculpido, moldado, lapidado e modificado pela mão criadora do homem e seu poder de racionalização...é o homem e sua inteligência fruto do acaso que gerou as condições para a vida, mas, é ele responsável por fazer sua história e seu destino...e ele jamais fará isso se lhe for, de qualquer maneira, aventado, que este mundo não é real...que a realidade é uma ilusão...que existe "algo" que nos conduz...enquanto o homem for escravo de uma subjetivdade transcendental, enquanto ele buscar uma "essência" para sua existência...o universo não é uma entidade viva, consciente, que rege nossa existência, nem existe um "Deus" que a tudo comanda e governa...não há "alma"...existe pensamento e vida que a casualidade criou...existe a realidade do universo...existe o homem, que se quiser, dominará este universo chucro e selvagem...ou destruirá seu mundo real em nome de uma imortalidade ilusória de um mundo inexistente...
eu defendo a realidade sensorial como real ou parte concreta e palpável deste real...real este que a cada dia se descortina ao gênio inventivo humano e suas ciências...e é sempre em caráter provisório que a "massa" ver a ciência, ela espera sempre uma nova descoberta...não vejo como não ser assim....e é exatamente a incerteza e não a certeza da realidade que destrói o planeta e a própria humanidade...é por não podermos ter a certeza que nossos atos vão destruir a terra, que o homem avança em sua destruição... é baseado nas afirmações de que nada existe, que nada é real, que uma boa parte da humanidade não se abstém de destruir impiedosamente a natureza, afinal, como se destrói o que não existe?...Por isso fico perguntando a quem realmente serve essa filosofia do inexistente?...essa incerteza?...não seria exatamente as religiões, as ideologias, aos dogmas que ela serve? A quem serve dizer e afirmar que a realidade não existe, que apenas criamos uma ilusão? que a "coisa em si não existe"?
Levar as pessoas a duvidar dos seus sentidos e escancarar a sua pequenez e pouca importância diante do universo, da natureza, ajuda alguém?

Trabalhar essa realidade sensorial possível de percepção do ser humano, formar uma definição consistente e palpável de real e nele colocar o ser humano como senhor de sua existência e construtor de sua história...não seria mais produtivo e filosófico? porque temos que trabalhar a subjetividade, a metafísica, como realidade se a nossa percepção sensorial é incapaz de alcançá-la?

temos a capacidade inventiva de criar artefatos sensoriais capazes de nos fazer ver uma parte dessa realidade...e a cada investida da ciência neste sentido, nos aproxima do real e ele é sempre físico...reproduzível em nossas experiências...não seria melhor criar pontes entre esse real e a realidade que tentar dar a realidade um papel de falsa?

terça-feira, 4 de março de 2008

NIETZSCHE, UM SONHO HUMANO...




O homem além do homem é a visão de Friedrich Wilhelm Nietzsche de um ideal de ser humano livre de todas as amarras da moral cristã, do sentimento nacionalista que invadia a Europa naquela época, de uma sociedade voltada para o capital e a opulência... Um homem que não temesse a vida e a sua humanidade, que não se escondesse de seu prazer. Um ser virtuoso e profano, muito além do simples conceito de bem e mal. Um homem sem necessidade de crenças morais, de princípios moralizadores... Nietzsche tentou criar um ser que fosse ao mesmo tempo deus e homem, que pudesse ir além da simples vida vazia que lhe impunha a sociedade e as convenções religiosas e morais! Ir além do homem, para Nietzsche, é ir além de Cristo! Ser um homem sem pecado original, sem necessidade de perdão... Um homem que acorda todo dia de sua morte anterior, renovado e feliz, sempre se construindo e se destruindo! Um eterno retorno a si mesmo... É a sua vontade como potência e não como ato inútil e desnecessário.

Nietzsche desejou o homem que ele não podia ser, e creio ninguém nunca chegará a ser... Porém a sua obra e seu pensamento serão sempre um ponto de referencia para todo ser que um dia ousar ser feliz... É na sua filosofia descaradamente humana que se principia a vontade de ser feliz, pois é do seu vomito indignado sobre a moral e a farsa do cristianismo e esse cristo de contos de fada, que vislumbramos a luz de um ser humano pleno de sua capacidade de viver e fazer-se ser, existir em si mesmo...

Nietzsche, é a lamina da humanidade que se ergue contra a hipocrisia de filósofos e intelectuais, que se escondem sob a luz de uma crença mal produzida e imposta sobre duras penas a esta humanidade. É a justa revolta do homem ao seu deus farsante e improdutivo, moralista e vingativo, injusto e justiceiro de si mesmo... É a filosofia do homem e para o homem, sem intermediários, sem interpretes e sem seguidores. Nietzsche não produz teorias, ele descreve a vida, mostra a ferida da sociedade e, essa sociedade que se considerava sã, se encolhe sob o nojo dessa chaga. Dessa exposição surge o medo, e com ele o desejo de se esconder, pois a sociedade não suporta esta ferida supurando aos seus olhos! A visão desta pútrida chaga é vergonhosa e humilhante, é preciso, como no passado, esconder essa chaga, mas já não se pode usar a força bruta. É preciso usar a sutileza do descrédito, da desmoralização... Ridicularizar o homem, para que sua obra seja desacreditada! Então surge o desprezo, a marginalização de sua filosofia!

Há, na obra de Nietzsche, toda a beleza e valor do ser humano quando levado a sua máxima potência como tal, isto é, sem a moldagem da moral ou da religião. O homem puro dos vícios religiosos e morais é como a natureza em seu movimento contínuo, bela e poderosa, impossível de ser barrada, cercada ou cerceada de seus desejos e intentos... Assim é o homem que “nitchi” nos aponta. Um ser em movimento que renasce a cada manhã, capaz de construir sua felicidade, buscar seu lugar, sem medo e sem remorsos tolos... Vejo, e ouço, e leio que a obra de Nietzsche, é atéia, é racista, é poética, é religiosa, é nacionalista, nazista e tudo mais... Realmente é tudo isto, a obra dele, pois é ele o ser humano em sua mais fiel tradução, com seus defeitos e suas qualidades! Toda sua obra é um tratado de humanidade, uma descrição do homem e um desejo de libertação dos mitos e das ideologias. Ele busca no passado o futuro do homem, pois é na sua origem que reside a pureza de sua superioridade, o homem só será seu deus, quando retorna as suas origens e, esse retorno não é um retorno a natureza as práticas primitivas, aos instintos primeiros é, muito pelo contrário, um retorno a evolução barrada pela religiosidade e a crença ideológica... Ele vai aos gregos para compreender a sua alegria, o prazer pela vida e pelo conhecimento do homem, encontra na filosofia grega os contornos do homem potencial, nos deuses pagãos ele descobre o prazer da vida terrena, a alegria pura de viver sem medos e sem moralismos hipócritas. Nos cultos dionisíacos ele encontra o significado de viver plenamente a carnalidade humana. Na arte, na musica ele encontra a verdadeira moral que move o homem, a única ética que vale a pena, a beleza, o belo, o “bom” do ser humano pleno e superior.

Poderia passar horas e horas a escrever sobre a obra de “Nitchi”, o alcance de sua perspicácia, sua visão abrangente e realista de um momento, sua loucura, seus medos , seus traumas, suas decepções, suas influências e seus influenciados, as conseqüências de interpretações errôneas ou propositadamente desvirtuadas e modificadas ao interesse de seu interprete...mas seria inútil, pois seria apenas um a mais nesse universo de admiradores e desafetos que tentam descrever seu pensar e seu viver, seu agir...Vou dizer apenas mais uma coisa,Foi “Nitchi”, apenas um homem que apesar de todas as vendas e amarras, conseguiu enxergar um pouco da verdade, chegou perto do conhecimento verdadeiro de si mesmo!!!Foi ele, talvez, o mais próximo de seu desejo, o que poderia se chamar de "além do homem"...

segunda-feira, 3 de março de 2008

A FILOSOFIA E O HOMEM



Desde a mais remota época o homem procura compreender-se, definir-se... As clássicas perguntas que atormentam todos os filósofos e não filósofos (quem somos? o que somos? de onde viemos? para onde vamos?) são à base de todo conhecimento humano. São delas que partiram todos os que desejaram dar uma explicação a existência humana e sua origem... Mas, aonde chegamos? O que realmente sabemos de nós? O que a filosofia esclareceu sobre o homem?

Houve alguma filosofia que nos aproximasse de nossa origem? Ou ainda estamos a tatear nas sombras, como recém-nascidos que se vêem diante do mundo, sem nada compreender?...Houve alguma “iluminação” racional que respondesse ou apontasse um caminho para as respostas dessas clássicas questões?

Desde Tales de Mileto(624-546 a.C.), fica claro que é o homem o objeto principal da filosofia, é este o centro de todo pensar... Todos os esforços do pensamento são dirigidos para desvendar as nossas origens... Tudo que a filosofia pensou, e que, posteriormente foi comprovado por experimentação, deu origem as diversas ciências que promovem o desenvolvimento “material” do homem... É, portanto, o homem a razão da filosofia. Mesmo que o olhar da filosofia se dirija pra além das estrelas ou que se agarre as entranhas da terra, é a penas em si mesmo (o homem) que pensa o filosofo...

Diz-se que a filosofia surgiu da necessidade do homem de se libertar dos mitos e suas explicações fantásticas sobre a origem do homem e de toda natureza... Mas, se assim foi, porque essa preocupação tamanha da filosofia de preservar esses mitos, de justificar a origem divinal do ser humano? Teriam esses filósofos ficado com medo de encontrar sua verdadeira origem? O egoísmo, o amor-próprio, o desejo de manter-se além da realidade que lhes era apontada pela lógica e pela experimentação, levaram esses grandes pensadores a negligenciar a razão? O homem não suportaria saber que é fruto de um acaso? Que ele não foi a obra de um ser superior e poderoso? Que ele nada mais é que um ser que pensa? Uma irrisória parte deste universo casual?

O que nos leva a crer em uma vida eterna? Que indícios concretos temos de existência divina? Talvez nenhum, apenas o desejo do homem de ser especial... Voltando então a filosofia e a razão (?) porque os filósofos, diante da incapacidade racional de definir a origem do homem, não deixam claro este ponto? Situam como improvável a origem do homem? Na lógica cartesiana, chega-se a esta conclusão, mas, novamente o medo (?) de enfrentar essa falta de propósito de nossa existência leva Descartes a buscar uma origem divinal.

Porque a filosofia não busca ampliar a realidade humana, descortinar sua existência apenas no plano em que pode a razão alcançar? Não seria essa a atitude mais digna desta que organiza o pensamento do homem? Mas, assim estaríamos limitando a ação da percepção humana, desprezando a imaginação, a arte, o sonho... Não seria justo? Afinal a razão é o que nos torna diferentes e especiais. É ela que nos permite a consciência libertadora... Por outro lado, nos permite também o devaneio, a subjetividade, nos empurra para uma explicação onírica, a representação, enfim, nos permite criar... Esse poder que a razão nos concede, nos cega também, pois, sendo-nos capaz de gerar realidades nos afastamos da dor e do sofrimento real... Mergulhamos nestes universos criados e nos integramos a essas realidades na ânsia de sermos mais do que realmente somos...

Filosofia, palavra que fascina e assusta. Arma poderosa que pode levar-nos ao esclarecimento e ao desenvolvimento crescente ou mergulhar-nos na crença de uma superioridade, elevando-nos a categoria de Deuses (ou monstros?), jogando-nos nas trevas do passado, dividindo homens por castas e crenças... Há os escolhidos, os iluminados e os excluídos, os excomungados... Existem os malditos e os divinos... Os mestres e os discípulos... O que é essa palavra? Esse conceito? Senão o espelho desse homem?

O homem esse ser sem origem, solto num universo em expansão, condenado a uma existência parca e insignificante, preso as limitações de sua forma física, se faz poderoso e destrutível, capaz de derrubar montanhas, modificar toda a natureza, destruir seu mundo e a sua vida. O que é este ser, senão ele próprio o seu deus?

O homem criou os mitos e a filosofia criou um homem e uma realidade para justificar esses mitos. Deus é fruto do homem filosófico? A filosofia seria uma Deusa?

Não penso o ser humano como evoluído. Não nos vejo prontos, no cume da evolução penso em dias como milhares de anos, a vida levou cerca de 2,5 bilhões de anos para surgir e levou mais ou menos a mesma quantidade para o homem surgir dessa lenta evolução, somos apenas embriões na evolução natural, a não ser que surja uma catástrofe de proporções devastadoras. O homem chegará ao ponto de vislumbrar toda a realidade? será capaz de ver esse real? A filosofia nos mostrará um caminho e nos explicará a vida, o homem?...