Diante do imediatismo da internet, a rapidez das transformações tecnológicas, a sociedade cada vez mais consumista e egoísta. Há espaço para o pensamento filosófico na sua forma tradicional?
Diante disso não seria necessária uma reformulação na maneira do filósofo, colocar seu pensamento? Deixar as peripécias da linguagem e aderir a objetividade das palavras, ser mais popular e menos técnico. Palavras como dialética, niilismo, hermetismo, deísmo, teísmo, não afastam as mentes apressadas da sociedade atual? Não seria essa "linguagem" um dos motivos do pouco interesse pelo pensamento filosófico?
Essa pompa de falar difícil é pura vaidade apenas para impressionar as pessoas, no final o tiro sai pela culatra. Acaba-se não dizendo nada e passando por ignorante.
Tem gente inteligentíssima, porém, eu nem chego perto, o cara pra dizer que branco é branco usa mil palavras... No tempo que leva para decifrar as palavras o raciocínio vai por água abaixo... O dicionário tem muitas palavras para o mesmo significado. A sabedoria popular é dinâmica.
Devo argumentar que minha indagação se refere à rejeição natural do pensamento, pela praticidade que existe na sociedade atual, e a falta de agilidade na linguagem filosófica. Numa sociedade aonde a notícia chega imediatamente a todos os recantos do globo. É indiscutível que a filosofia ganhe agilidade, pelo menos de expressão, já que a arte de pensar é lenta e requer tempo.
Não concordo com alguns que acham a filosofia inútil. a filosofia é formadora de homens. Ele ajuda em todas as profissões. Ela é aplicável a todos os segmentos da sociedade.
Vejamos, quando a criança de dois anos pergunta aos pais alguma coisa que já sabe. Freqüentemente, crianças pequenas fazem esse tipo de questão. Basta aos pais devolver a pergunta e a criança responderá com um sorriso feliz por constatar que sabe a resposta(maiêutica). isso é filosofia aplicada no dia-a-dia.
Por que o filosofo tem que distanciar-se da sociedade e do meio, para pensar?. os filósofos antigos faziam isso porque as suas sociedades assim permitiam. Hoje temos que adaptarmos a linguagem filosófica a moderna. Veja os jovens, eles criaram uma linguagem própria na internet, por necessidade, isso é filosofia. O Minguxês é uma língua nova, criada a partir da fonética das palavras, assim fica mais fácil o entendimento e mais rápida a comunicação. A filosofia não precisa acelerar seu pensamento, nem modificar a sua metodologia, apenas aproximar a linguagem do coletivo, senão correrá o risco de acabar em salas de biblioteca e em academias fechadas, aí sim, a inutilidade da filosofia seria definitivamente decretada.
Eu não proponho que a filosofia vá usar o Mingunxês, apenas citei uma situação em que a linguagem resolveu o problema(no caso dos jovens), não dá para usar minguxês em filosofia. Apenas sugeri uma aproximação ao coloquial.
Eu sou de opinião que a distorção do pensamento se deve exatamente pela falta de conhecimento da maioria dessas idéias, se a filosofia fosse acessível ao povo, não deixaria margens a distorções e mesmo que distorcidas seriam reconhecidas. O pensamento deve servir ao povo e não há poucos.
"Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé", Agilizando a linguagem já seria uma forma de aproximação ao povo, invertendo a síntese, sair do complexo ao simples.
Levar a filosofia ao povo, desde que não caía na doutrinação ideológica, ou seja não coloquem as suas próprias convicções como verdades, a filosofia só ajuda quando liberta o ser para o pensamento... Com o tempo eles vão aprender a pensar e resolver seus problemas e a adquirir as suas próprias convicções. O ser humano é potencialmente individual.
Eu vejo o conhecimento filosófico individual importantíssimo, devemos nos debruçar sobre os livros sim, mas ao falarmos dele devemos está sintonizados com o nosso meio, comunicarmo-nos com a sociedade da forma que ela comunica-se.
Acredito que a filosofia tem que pensar o seu mundo atual, a sua sociedade, o seu meio. Não acho fundamental descrever a dialética. Acho fundamental dialogar a atualidade.
Ousar é só para os fortes de espírito....
Não estou a dizer que o conhecimento filosófico não é importante, isto seria loucura, o que eu disse é que a forma lingüística primorosa da filosofia, a afasta do popular, em nenhum momento estou a discutir a importância da filosofia. A inutilidade que falei é exatamente por está fora do alcance da maioria. Evidente que para ser filósofo é necessário estudo e dinheiro, como também vontade e dedicação. Isto não implica elitização da filosofia, e sim dos filósofos. Você pode ser e ter todo o conhecimento do mundo, só que ao expô-lo não precisa falar como extraterrestre.
Certamente que o filósofo é de certa forma uma pessoa diferente da média, e humildade nunca foi uma (virtude) do filósofo. Nem poderia, é incompatível com quem que conhecer além do existente.
Dizem que a O Google, não é confiável... Mas o que seria confiável? O Google (Não só ele, como todos os outros sites de busca.) é um instrumento, a meu ver, de grande utilidade para qualquer área do conhecimento humano, afinal temos ao toque do mouse quase toda informação do planeta, acho que Platão e Sócrates ficariam maravilhados e com certeza fariam uso desta ferramenta.
A minha visão é que o espaço para o pensador existe, mas vai depender de sua capacidade de comunicação e sua agilidade expressiva. O pensador vai ter que adaptar-se as novas tecnologias e fazer algumas concessões em seu clássico modo de comunicação. Vai ter que descartar o prolixo. Simplificar seus conceitos (conceitos e não pensamento). Ou seja, dentro do possível, dada a complexidade do pensar e investigar, aproximar-se da sociedade.
Acredito que se o homem, conseguir dá o devido fim( utilização em benefício da humanidade), a tecnologia, sobrará ainda mais espaço para o pensamento, com isso mais tecnologia será criada e mais espaço, até que cheguemos ao estágio da utópica condição de seres intelectualmente superiores, voltados para o pensamento e a contemplação do universo. Respostas surgirão. Novas questões... Respostas... E sempre... Sempre... Um eterno questionar e descobrir...