Sento-me na varanda
Abro uma garrafa de vinho
E bebo, saboreio cada gota.
Embriago-me de consciência...
Por mais que meu desejo
Se lance em busca do sonho
E minha boca mergulhe
No carmim desse bálsamo,
Minha mente permanece intacta,
Imune ao álcool e ao desejo.
Meu corpo cambaleia,
Já não sabe aonde vai
Nem obedece a minha vontade
Mas, minha mente tranquila,
Avalia, mede cada tropeço,
Cada descompasso,
Calcula a distância e,
Guia-me no amargo caminho,
Dessa agonia racional!
Manoel Nogueira
Fortaleza, 2010.