Pretensão
Immanuel Kant, propõe a formulação de uma filosofia que supere as diferenças entre empirismo e o racionalismo. Kant pretende analisar cuidadosamente as possibilidades de conhecimento do ser humano do real e dizer desses limites do conhecimento. Ou seja, separar o que pode ser conhecido pelo homem através dos sentidos e da razão do que é apenas pretenso conhecimento.
Kant considera que assim como Copérnico afirmou que é a terra que gira em torno do sol e não o contrário, também assim o conhecimento dos objetos não mais se reportam a natureza deles e sim eles se conformam a estrutura do nosso conhecimento. Porque segundo ele, “...nada no conhecimento puro pode ser atribuído aos objetos senão aquilo que o sujeito pensante tira de si mesmo,” e quanto a razão pura: “...pois a razão especulativa pura tem em si a peculiaridade de que pode e deve medir sua própria faculdade de acordo com a diversidade do modo que ela escolhe objetos para pensá-los, e de ainda enumerar completamente seus modos de apresentar seus problemas...”
Conhecimento
Para Kant, apesar de afirmar logo no início da sua obra que todo conhecimento só é possível pela experiência, e que é ela quem garante a percepção pelos sentidos dos fenômenos. Para ele, os sentidos não podem dar conta dos objetos como o são na realidade, a “coisa em si mesmo”, o númeno.
Kant caracteriza diferentemente conhecimento puro e empírico na “Introdução” à Crítica da razão pura e assim os define: conhecimento empírico é aquele que é fruto da experiência. É o conhecimento a posteriori. Já o conhecimento puro a priori é aquele que só se verifica de maneira absolutamente independente da experiência. Entre os dois existe o conhecimento a priori sintético que não vem da experiência mas está vinculado a ela.
O imperativo categórico
O objetivo de Kant na Fundamentação da metafísica dos costumes é fundamentar uma moral apenas na razão humana, desprezando as que se fundamentam em Deus ou no “bem supremo”. Para isso ele desenvolve os conceitos de imperativo hipotético e imperativo categórico, sendo o primeiro, aquele que visa um fim, através de uma ação possível necessária para tal. Já o segundo é a representação de uma ação objetivamente necessária por si mesma, sem se relacionar a nenhuma finalidade. Por isso podemos dizer que se uma ação é boa para conseguir um determinado objetivo é hipotético, se boa por si mesma é categórico.
O princípio ético kantiano traduzido no: “Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, mediante tua vontade, a lei universal da natureza.” Sugere que devemos agir regidos por diretrizes que sejam capazes de gerar efeitos positivos nos outros, universalmente. Se assim procederem todos os seres humanos, e só agirem sob a luz desse imperativo categórico, todas as ações dos indivíduos serão boas em si mesmas e por tanto gerarão o bem para toda a humanidade.
Bibliografia
Kant, Immanuel - Crítica da Razão Prática. Lisboa. Edições 70.1989
Kant, Immanuel - Crítica da Razão Pura. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian.1985
Kant, Immanuel - Fundamentação Metafísica dos Costumes. Lisboa. Edições 70.