As minhas impressões sobre o filme são de que ele conseguiu demonstrar a fragilidade dos regimes democráticos e o perigo das ideologias coletivistas, que baseiam sua organização na supressão da individualidade. E, o que é pior, o homem como individuo, não consegue suportar a sua solidão e precisa da aprovação dos outros, necessita se ver inserido em um grupo.
Diante do que foi exposto no filme, cheguei à conclusão angustiante de que, em qualquer época, por mais informação que esteja disponível, uma organização ou líder com algum carisma e poder, pode destruir uma democracia, basta que para isso se delineiem as condições perfeitas: Insatisfação com o regime, diferenças muito grandes entre os indivíduos e classes sociais, etc...
Mas, e aqui me baseio no que diz Adorno no seu texto, “Educação após Auschwitz” , só existe uma maneira de evitar que aconteça algo como o nazismo e consequentemente o que aconteceu durante este regime na Alemanha e nos países em que ela dominou, aquilo que ficou conhecido como Holocausto, o extermínio de judeus, negros, deficientes,etc...
E, esta maneira é a constante lembrança dos fatos ocorridos. Só será possível evitar isso com a discussão, a exposição exaustiva e a compreensão das causas, que levaram milhões de alemães a fecharem os olhos para o que estava acontecendo.
Hoje, vejo grupos que, se apoiando no Revisionismo, buscam negar os fatos ocorridos, insistem em dizer que não houve o holocausto, que isso é uma distorção histórica. Não tenho nenhuma posição religiosa ou étnica para condenar isso, se o faço, é porque, após assistir o filme em questão e ler o texto de Adorno, além de outras fontes históricas e literárias, concordo plenamente com ele, qualquer um que tentar justificar tais fatos é já capaz de aceitá-los e/ou calar-se diante de algo parecido!