“Pipocam greves e manifestações em todo território nacional, ligadas a Educação, servidores das universidades federais, professores municipais e estaduais...”
Isso me foi colocado por uma colega de Faculdade, do curso de Filosofia, a Clézia Lima, no facebook , seguido de um convite para engajar-me em ações que ela está articulando. Respondi a ela que não estava inteirado completamente do caso, iria analisar direitinho, assim por cima, parecia uma proposta de uma gestão terceirizada, não uma privatização... Não gosto de ser levado pela onda... Gosto de ter o controle da minha prancha...
Mas, ao buscar a dita proposta, ou seja, a MP nº 520/2010, que autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A [EBSERH], empresa pública de natureza privada que pretende regularizar a contratação de cerca de 27 mil agentes terceirizados. Os mais eufóricos dizem que é uma privatização dos hospitais públicos federais, entre eles o que me chamou a atenção foi a gestão dos hospitais-escolas e justifica-se plenamente a revolta dos servidores, já que tal gestão, em moldes privados, inviabilizaria várias pesquisas que não são voltadas para o lucro, além de ferir a autonomia das universidades.
Portanto, só por isso, já acho uma ótima oportunidade para participação consciente da juventude nos processos políticos e sociais desse país, já que o movimento estudantil está muito contaminado pela política partidária. Creio que uma manifestação estudantil, legítima, baseada em reivindicações que são do interesse da comunidade estudantil e da maioria da população brasileira, seria um alerta para o Governo atual que pensa ter o povo nas mãos...
O problema é a contaminação dos movimentos estudantis pelos partidos, as principais lideranças estudantis, os DCE's e a própria UNE, que já foi, nos meus belos dias, sinônimo de autonomia estudantil, hoje é sinônimo de partido político...
No entanto, o estudante não pode e nem deve cruzar os braços... Precisa ir à luta!
É difícil, mas não é impossível... Acredito que as novas gerações estão órfãs de partidos decentes, o PT que era sinônimo de vanguarda e ética deitou com o inimigo... Se prostituiu.
Mas, talvez isso seja bom, pois essa geração pode fazer diferente, buscar um novo modo de agir na política! Seria muito bom se os estudantes saíssem à rua, consistiria em uma forma de colocar novamente os estudantes universitários no lugar que eles devem ocupar, à frente, na vanguarda das mudanças, buscando novos caminhos, fazendo acontecer!! No entanto, deve ser uma luta do estudante, não acho produtivo apoiar ou engordar os movimentos grevistas, acredito que uma ação estudantil tenha que ser autônoma! É preciso que os estudantes mostrem sua consciência. A sociedade precisa ver o estudante com respeito e não apenas mais uma "maria-vai-com as-outras", como aconteceu nesses últimos vinte anos!
Faz tempo que o estudante não mostra sua cara, a última vez ele foi de cara pintada, serviu de palhaço... Foi massa de manobra nas mãos de certos veículos de comunicação! Essa seria uma boa hora para que as novas lideranças começassem a surgir e ocupar espaço, organizando atos independentes com reivindicações próprias dos estudantes, sem bandeiras partidárias, sem ideologias caducas... Enfim, de cara limpa, lavada, imberbe, erguida com dignidade, sem máscaras e sem pinturas, maquiadas apenas com as cores da justa indignação!
Manoel Nogueira da Silva