Sobre MMA e UFC...
Não
critico o mal ou o bem, simplesmente abomino o irracional, o sem sentido do
"esporte", a violência gratuita e a desmedida valorização dos
instintos.
Eu
me pergunto como poderemos nos indignar com a violência das ruas, dos jovens
que espancam homossexuais, índios, mendigos, brigas de gangues e a violência
nos estádios, se nos sentamos confortavelmente em nossos sofás e vibramos com
dois animais humanos que se agridem e sangram em nossa sala de jantar, na
frente dos nossos filhos, enquanto degustamos tranquilamente a nossa cerveja e
deliramos a cada soco, a cada corte e nos deliciamos com o sangue que jorra das
faces inchadas e desfiguradas dos contendores na tela de 40 pol. da nossa TV de
plasma, com qualidade digital?
O
problema de o humano ser violento naturalmente, não justifica a naturalização
da violência numa sociedade moderna. Muitos dos argumentos usados para
justificar essa violência nos esportes vêm dos antigos romanos e gregos
(espartanos). Os romanos e gregos, tinham uma cultura na qual o centro era a
honra adquirida pela conquista. A guerra, naqueles tempos, era a única maneira
de se conseguir esse ideal de honra, estimular o gosto pela guerra, pela
conquista e dominação do outro, era já uma propaganda, ou seja, um artificio e
não uma "natureza humana".
Outros
tentam justificar pela teoria da evolução, pela guerra da sobrevivência e
manutenção da espécie, mas, nem isso justifica, visto que a evolução humana (no
sentido puramente da sobrevivência) nos aponta claramente para uma busca
gradual de coletivos, de comunidades que garantam a segurança e a paz e mantenha
a sobrevivência e a espécie. Os fins, mesmo quando buscados com meios
violentos, não nos apontam para uma violência natural e sim que o ser humano
naturalmente foge dela.
Portanto,
não há como negar a violência existir naturalmente na natureza, mas, daí a
querer justificar a violência e racionalizá-la baseada nessa conclusão,
ignorando todos os, também inegáveis, argumentos históricos que nos revelam
essa fuga da violência, e mais, alegando motivos econômicos e sociais, é de uma
hipocrisia sem medidas!