sábado, 21 de dezembro de 2019
A RATAZANA E OS RATOS...
Bolsonaro afende e desmoraliza a imprensa, lança sobre jornalistas seu furor verbal acampanhado de sua vasta gama de preconceitos. Desde a ditadura militar que não se via mandatários tão arrogantes e estúpidos, no seu tratar com a imprensa. Até aí é razoável a postura de Bolsonaro, afinal ele se espelha nos regimes autoritarios e tem como ídolos torturadores e ditadores sanguinários, como Ulstra e Pinochet. O problema é que não estamos em um regime de exceção, a imprensa é livre e essa liberdade se faz garantida na constituição brasileira. Então, por que Bolsonaro age impunemente? Por que a imprensa não reage a altura? Simples senhores e senhoras, não é Bolsonaro o fator principal dessa situação, e sim a própria imprensa, que ao longo dos anos veio perdendo a sua autonomia, forjando realidades, invertendo fatos, manipulando e direcionando suas ações, não para a busca da verdade, esclarecimento efetivo dos fatos, mas, para consolidar intereses, destruir reputações e biografias em nome desses interesses. Essa postura da imprensa foi minando o respeito e a credibilidade que o povo tradicionalmente deposita no jornalismo e chegamos em 2019, com uma desconfiança enorme do jornalismo brasileiro, vinda de uma grande parte da população. Portanto, senhores e senhoras, se hoje, esse que ocupa a presidência do país, derrama sobre os jornalistas a truculência e a ignorância impunemente, é simplesmente porque a nossa grande imprensa tem seu rabo, suas mãos e seus tentáculos presos ao grande pacto não oficial, que levou ao cargo esse ser insignificante e incompetente, que hoje cospe seguro no prato que comeu!
MNS
MILITÂNCIA ENTORPECIDA
Ficou claro, diante das reformas aprovadas no Congresso, que a classe política não teme mais o povo. Eles testaram a capacidade de reação e ação popular e constataram a inércia e apatia da população. Compreenderam que a sociedade brasileira perdeu o ânimo e a capacidade de se indignar. As esquerdas brasileiras, durante os governos petistas, se acomodaram, perderam a capacidade de mobilização. Os sindicatos, as associações e os movimentos sociais de grande expressão e força, as centrais sindicais e a militância dos partidos de esquerda, abandoram a luta por melhores salários e condições de trabalho, deixaram de lado as grandes pautas ideológicas, refrearam os desejos de mudança e sentaram-se nos sofás das salas de espera das estatais, dos ministérios. Saíram do sol e da chuva e se abrigaram nos pátios palacianos por todo o Brasil. Jogaram suas sandálias franscicanas de bater pernas nas ruas e portões de fabricas, em passeatas e greves, calçaram os sapatos de couro fino e foram passear nos corredores do planalto central, em busca de cargos e migalhas. Os líderes sindicais calaram-se, sumiram dos noticiários, nunca mais soube do Vicentinho, do Stédile, não vi a Força Sindical e nem escutei os gritos da CUT e CGT. Não ouvi, nesses "anos dourados do PT", a voz da UNE, nem vislumbrei as bandeiras do MST tremularem nas ocupações, nem o Movimento dos sem Teto invadindo prédios e terenos abandonados... Foram 12 anos que provocaram o desmonte da sociedade civil organizada. Voltamos a um nivel de dispersão social semelhante aos anos 30 e início dos anos 40, quando tinhamos uma sociedade sob a tutela do Estado, os sindicatos e as organizações comandadas por governistas.Diante desse cenário, as forças conservadoras mais moderadas se viram sufocadas e perderam espaço durante esse tempo. Políticos tradicionais, grandes lideranças regionais, sujeitos políticos de grande poder de consenso, de repente, estavam destruídos politicamente. Uma geração de jovens apolíticos, filhos de uma elite econômica neoliberal, rentista e radicalmente conservadora, fortemente apoiada no evangelismo neopentecostal e políticos de origem militar e ruralista, organizaram-se e, diante da paralisia extasiante das forças mais progressistas, conseguiram mobilizar a classe média alta, pequenos empresários e a imprensa, em torno da luta contra a corrupção, forjando heróis e bandidos, minando as forças políticas tradicionais e enfraquecendo as esquerdas e os progressistas. O resultado foi uma Presidente deposta e esse governo sem pauta e sem programa. Àqueles que como eu, ainda acreditam que é possível uma sociedade mais justa, igualitária e digna, só resta-nos aproveitar esses tempos difíceis e forjar loderanças e ideais fortes, capazes de despertar essa massa adormecida, anestesiada e levantar a poeira das ruas com seus pés calejados, suas mãos ásperas e fazer doer os ouvidos moucos dos homens de bem com nossos gritos de esperança!
MNS.
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