terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A social democracia no Brasil e o papel das esquerdas no cenário atual

A social democracia não existe no Brasil. O PSDB, que foi fundado  com essa ideologia como norte, hoje não passa de uma direita retocada com um verniz de centro, dominada pelas elites e oligarquias, megainvestidores e empresários da educação e saúde, telecomunicações e agronegócio. Todos os partidos do Centrão, são ideologicamente voltados para a direita e atendem a interesses corporativos. Os partidos ditos de centro-esquerda, PDT e PSB infelizmente estão ligados a grandes famílias no Sul e Nordeste, outros como o NOVO e o PODEMOS, são representantes de bancos e corporações financeiras. Quem resta para representar essa tal social democracia?


É preciso ter a capacidade de olhar no espelho e reconhecer as próprias rugas, entender que as velhas práticas e métodos, já não são eficazes. Temos que expurgar as velhas lideranças, viciadas no processo antigo. As esquerdas se afastaram do povo, enveredaram por um intelectualismo palaciano. A militância praticamente acabou. Os sindicatos e organizações sociais, esqueceram seus representados. É preciso voltar às ruas, só as ruas são capazes de serem ouvidas e respeitadas. Só a mobilização popular e a luta dos trabalhadores  conseguem mudar as coisas.

Sempre foi assim. O povo foi oprimido e obrigado a seguir senhores. Primeiro os colonizadores, depois os coronéis e agora os milicianos...

Só o enfrentamento nas ruas muda isso. Não adianta esperar por milagres ou salvadores. É o povo nas ruas que muda isso. Toda mudança  e conquista popular vem com a luta, o suor e o sangue derramados...

Devemos seguir o exemplo da Bolívia e Argentina. Na Argentina e Bolívia, a esquerda recuou e conseguiu reverter os percalços. Aqui,  o PT insiste em um personalismo e um heroísmo que não cumpre nenhuma função prática e nem se converte em ação contra este estado de coisas. É um discurso em torno da figura carismática de Lula. Isso fortalece o antipetismo, pois liga o partido a pessoa, quando deveria ser o contrário. Foi exatamente o inverso dessa postura, o  que fizeram Cristina e Evo, saíram de cena e focaram em outras lideranças para voltarem ao poder. Esse personalismo e populismo, não leva a esquerda a lugar nenhum. E não é só o PT, é o PDT, como o megalomaníaco do Ciro, e o PSDB insistindo em se chamar de esquerda e apoiando velhas fórmulas neoliberais.



MNS 

Uma reflexão sobre fé e religião, à luz da pandemia.

 




   A pandemia veio, as pessoas foram pegas de surpresa e a morte, o medo, a solidão entraram nas nossas vidas e se instalaram em nossas casas, mudando completamente o nosso cotidiano. 
      Nesses momentos, fragilizados e espiritualmente carentes, os seres humanos buscam suas crenças, seus deuses, seus guias e gurus. No entanto, nesta pandemia, o ser humano estava só com sua fé. Sem intermediários. Era ele e seu deus. Ele com sua entidade, sem intérpretes. 
        Não havia o braço do padre, o abraço do pastor, o calor dos louvores coletivos, a voz uníssona dos cantigos, hinos e mantras. Era ele e sua fé, pura subjetividade, nenhuma concretude, nenhuma mão para lhe guiar, senão a sua própria. Enfim, o homem e Deus, criador e criatura, frente a frente, nesse campo metafísico puro...
       E aí entra a questão que me propus refletir, será que a religião, com sua concretude e suas estruturas hierárquicas,representam o melhor modo de chegar a Deus?
      Afinal, na raiz das rupturas religiosas da idade média, estava o argumento de que o homem não precisava de intermediação para entender a palavra sagrada. A Bíblia foi traduzida do latim e impressa, para chegar ao alcance do cristão, sem a autoridade religiosa. 
          Fica então esta questão para aqueles que são religiosos, a estrutura da religião faz falta na sua interação com Deus?
           Você precisa realmente está ligado a uma organização religiosa para exercer plenamente a sua fé?
  E, diante dessa pandemia, nesse recesso obrigatório que vivenciamos, longe dos instrumentos e das estruturas físicas das religiões, não teria sido provado a tese medieval de que o homem não necessita da religião e que a sua fé pode ser plena diante de Deus, sem essa intervenção?
    Eu, que não tenho religião e nem acredito em entidades específicas, seres ou deuses. Que sempre busquei meu equilíbrio espiritual na força da natureza, na racionalidade, no conjunto de tudo que existe e que eu alcanço, seja empiricamente, seja espiritualmente, penso que ao término dessa pandemia, quando voltarmos a esse novo normal, a religião e seus líderes vão está mais humanizados.       Acredito que os fiéis estarão mais críticos, mais fortalecidos em suas relações com Deus e cobrarão mais de seus padres, seus pastores. Torço para que essa pandemia e essa relação direta do crente com seu deus, venha a afastar charlatães e oportunistas, exploradores da fé, do universo religioso!

MNS