Que motivos levaram nosso povo a escolher a continuidade da politica de Lula, tão marcada por corrupção, escândalos e programas sociais de caráter assistencialistas?
O que a oposição ofereceu em contrapartida a isso?
Nada. O mesmo discurso, essa verborragia que a oposição, sem nenhuma criatividade política, veio repetindo durante estes oito anos...
Será que eles acreditam que o povo não tem conhecimento do que acontece e aconteceu nesse governo de Lula, que ele precisa dessa “esclarecedora luz” oposicionista, dessa política de comadres, que se fundamenta em boatos e dossiês?
O povo está escolhendo a Dilma, não porque ela seja o suprassumo da competência e probidade, e nem porque o Governo Lula tenha sido a oitava maravilha, mas, sim porque infelizmente, o que a ele foi oferecido, no lugar de Lula e como opção a ela, é o retrocesso! Oferecem ao povo brasileiro aquilo que ele, há oito anos atrás, descartou, e há quatro anos confirmou e sedimentou o descarte.
Infelizmente a oposição se perdeu na fumaça de seus fogos de artificio e esqueceu-se de forjar alternativas reais, que apontassem uma verdadeira mudança para os rumos da economia, da política e da ação social.
A apelação ao debate religioso foi simplesmente ridícula. O Estado brasileiro é laico, assim sendo, a discussão religiosa está restrita ao âmbito da religião e não da política. Governantes não podem estar presos a dogmas religiosos e defenderem posições, que embora sejam condizentes com uma fé pessoal, venha a prejudicar uma parcela da população.
Nada tenho contra que as religiões defendam a não legalização do aborto, mas um Chefe de Estado, não pode fechar os olhos para as mortes evitáveis de meninas e mulheres que, apesar da criminalização, buscam clínicas clandestinas, sem nenhuma estrutura, para realizarem abortos. Essa realidade não pode ser negada em nome de crenças religiosas. Esse problema deve ser discutido do ponto de vista da saúde, da mulher, do respeito à vida, num amplo debate social, mas, jamais por imposição de um dogma religioso, baseado em princípios milenares, forjados em uma época que a rude medicina que existia, nem sequer imaginava a biologia, a genética, ou os conhecimentos sobre a vida que hoje temos.
O que a oposição ao PT e a Política do Lula, parece não ter enxergado, é que o perigo não é o PT e Lula, sua ideologia, seu8s anseios de poder, mas a falta de oposição, ou melhor, a estupidez da oposição que não soube construir alternativas de poder. Não ofereceu resistência real ao avanço ideológico do PT.
Outro erro é a falta de consistência dos partidos de oposição, PSDB e DEM, (cito esses dois apenas, porque os outros, sequer podem ser chamados de partidos, pois são meras associações de minorias e defendem interesses particulares. Parecem mais ONGs do que agremiações políticas) seus membros atuam individualmente, cada um com seu interesse, não há coerência ideológica, nenhum compromisso partidário. Esses partidos são meros instrumentos jurídicos que possibilitam a eleição. A associação partidária é mera conveniência, necessidade legal.
Por isso, o PT, por mais que tenha sido exposto, e seus membros desmoralizados e desmascarados; envolvidos em escândalos de corrupção, dólares nas cuecas e malas de dinheiro, continuou firme, pois, sua espinha dorsal, seus pilares políticos ideológicos, suplantam os indivíduos que o formam.
Gostaria de ver, nesses próximos quatro anos, um PT renovado, de cara limpa, capaz de apagar da nossa lembrança, as imagens e as manchetes que derrubaram mitos e homens, destruíram heróis, pessoas que nos serviam de exemplo... Como seria bom voltar a ter o orgulho de usar no peito aquela estrela vermelha, abrir um sorriso largo e voltar a ter esperança...
Bem, temos mais quatro anos de governo Petista... Espero que, para o bem desse país, que os políticos eleitos, essa nova geração que se mescla a já existente, não se deixe reger por ideais tão vazios e inúteis quanto esses que essa oposição apresentou a esse país. Tomara esses políticos novos, consigam formar pelo menos um partido político com cabeça tronco e membros. Que seja capaz de articular uma oposição programática, consciente e firme, que tenha visão política e que equilibre o jogo democrático, para que a alternância de poder possa acontecer sem medos, sem sustos e sem retrocessos.
Também não vou me alongar em críticas que não levam a lugar nenhum. Não fiz e, nem faço uma defesa da atual política do governo, nem tampouco me coloco em posição de ataque a qualquer posição política, seja de esquerda, centro ou direita.
Também não vou me alongar em críticas que não levam a lugar nenhum. Não fiz e, nem faço uma defesa da atual política do governo, nem tampouco me coloco em posição de ataque a qualquer posição política, seja de esquerda, centro ou direita.
O que inicialmente quis colocar foi a minha visão crítica do atual momento político brasileiro, marcado por uma apática oposição que não demonstra qualquer definição programática em seus discursos e que, em contrapartida a isso, existe um partido politico organizado, definido ideologicamente e com um projeto de poder articulado, no poder.
Diante disso, não vejo a necessidade de fazer pirotecnias e acusações falsas, forjar dossiês e inventar ligações conspiratórias. Na minha simplória visão, bastaria que os opositores ideológicos do PT, se organizassem politicamente em partidos definidos ideologicamente e com projetos de poder claros, programas coerentes e que seus membros fossem fieis a tal. Ou seja, que a oposição mostrasse uma opção real e suplantasse essa política pequena, mas não ineficiente, que o PT oferece.
Repito, pequena, mas não sem sentido, sem rumo e sem proposito. O PT tem um projeto político e suas ações são coordenadas e seguem o programa oferecido e aprovado pelos eleitores. Se esses eleitores não estão conscientes dessa escolha, cabe a oposição mudar isso. Mas, não com simples fogos de artifícios, apelos religiosos e invenções conspiratórias. Muito pelo contrário, deve fazer isso com racionalidade e coerência política, com opções claras e reais, e acima de tudo, competência! Essa que tanto foi aventada pela oposição e em nenhum momento demonstrada na sua proposta de renovação.
Adoraria ver os nossos políticos discutindo problemas reais e a imprensa desse país, servindo ao esclarecimento, ao desenvolvimento crítico do nosso povo, numa postura independente e livre, e não tomando partido por essa ou aquela ideologia, por esse ou aquele governo. Se prestando a maquiarem noticias e inventarem fatos de maneira grotesca.
Isso é tudo que tenho a dizer, espero que possa ser entendido. Não estou me posicionando contra ou a favor desses ou daqueles, meu único desejo é o de um país com clareza e definição política. Onde os brasileiros possam fazer suas escolhas conscientes e possam ver serem colocadas em prática as políticas do programa que eles escolherem.
Manoel N Silva