quarta-feira, 31 de março de 2021

Os 300 (mil) do Brasil


Triste e patético esse espetáculo patrocinado pelos poderes constituídos desse país de brinquedo. No executivo, um ministro da saúde que se diz técnico, um médico e alinhado com a ciência que, no entanto, foge do enfrentamento real da pandemia, quando não abraça o lockdown real, única medida comprovadamente eficiente contra o colapso do sistema de saúde, em todo o mundo. Um presidente idiotizado que acredita em cloroquina e tratamento precoce, contra toda a comunidade científica mundial. Um ministro de relações exteriores, que não conversa com os maiores parceiros comerciais do Brasil, China, Índia e EUA...
No legislativo, congressistas que se fazem cúmplices desses desatinos e mortes gratuitas, evitáveis e amplamente anunciadas. Câmara e Senado que em vez de criar condições para minimizar os sofrimentos e a fome dos brasileiros, aprovando leis que favoreçam os mais necessitados, aprovam PEC's e MP's cada vez mais duras e restritivas aos trabalhadores, beneficiando grandes empresas, bancos igrejas e investidores...
Uma Suprema Corte que assiste a tudo sem se manifestar...
300 mil mortos, um país entregue as baratas, o sistema de saúde em vias de colapso, falta de oxigênio,falta de kits para entubação e a grande imprensa está preocupada com o tom da voz do Lira e a fritura do Ernesto... ah! Vão a M....!!!!

MNS 

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A social democracia no Brasil e o papel das esquerdas no cenário atual

A social democracia não existe no Brasil. O PSDB, que foi fundado  com essa ideologia como norte, hoje não passa de uma direita retocada com um verniz de centro, dominada pelas elites e oligarquias, megainvestidores e empresários da educação e saúde, telecomunicações e agronegócio. Todos os partidos do Centrão, são ideologicamente voltados para a direita e atendem a interesses corporativos. Os partidos ditos de centro-esquerda, PDT e PSB infelizmente estão ligados a grandes famílias no Sul e Nordeste, outros como o NOVO e o PODEMOS, são representantes de bancos e corporações financeiras. Quem resta para representar essa tal social democracia?


É preciso ter a capacidade de olhar no espelho e reconhecer as próprias rugas, entender que as velhas práticas e métodos, já não são eficazes. Temos que expurgar as velhas lideranças, viciadas no processo antigo. As esquerdas se afastaram do povo, enveredaram por um intelectualismo palaciano. A militância praticamente acabou. Os sindicatos e organizações sociais, esqueceram seus representados. É preciso voltar às ruas, só as ruas são capazes de serem ouvidas e respeitadas. Só a mobilização popular e a luta dos trabalhadores  conseguem mudar as coisas.

Sempre foi assim. O povo foi oprimido e obrigado a seguir senhores. Primeiro os colonizadores, depois os coronéis e agora os milicianos...

Só o enfrentamento nas ruas muda isso. Não adianta esperar por milagres ou salvadores. É o povo nas ruas que muda isso. Toda mudança  e conquista popular vem com a luta, o suor e o sangue derramados...

Devemos seguir o exemplo da Bolívia e Argentina. Na Argentina e Bolívia, a esquerda recuou e conseguiu reverter os percalços. Aqui,  o PT insiste em um personalismo e um heroísmo que não cumpre nenhuma função prática e nem se converte em ação contra este estado de coisas. É um discurso em torno da figura carismática de Lula. Isso fortalece o antipetismo, pois liga o partido a pessoa, quando deveria ser o contrário. Foi exatamente o inverso dessa postura, o  que fizeram Cristina e Evo, saíram de cena e focaram em outras lideranças para voltarem ao poder. Esse personalismo e populismo, não leva a esquerda a lugar nenhum. E não é só o PT, é o PDT, como o megalomaníaco do Ciro, e o PSDB insistindo em se chamar de esquerda e apoiando velhas fórmulas neoliberais.



MNS 

Uma reflexão sobre fé e religião, à luz da pandemia.

 




   A pandemia veio, as pessoas foram pegas de surpresa e a morte, o medo, a solidão entraram nas nossas vidas e se instalaram em nossas casas, mudando completamente o nosso cotidiano. 
      Nesses momentos, fragilizados e espiritualmente carentes, os seres humanos buscam suas crenças, seus deuses, seus guias e gurus. No entanto, nesta pandemia, o ser humano estava só com sua fé. Sem intermediários. Era ele e seu deus. Ele com sua entidade, sem intérpretes. 
        Não havia o braço do padre, o abraço do pastor, o calor dos louvores coletivos, a voz uníssona dos cantigos, hinos e mantras. Era ele e sua fé, pura subjetividade, nenhuma concretude, nenhuma mão para lhe guiar, senão a sua própria. Enfim, o homem e Deus, criador e criatura, frente a frente, nesse campo metafísico puro...
       E aí entra a questão que me propus refletir, será que a religião, com sua concretude e suas estruturas hierárquicas,representam o melhor modo de chegar a Deus?
      Afinal, na raiz das rupturas religiosas da idade média, estava o argumento de que o homem não precisava de intermediação para entender a palavra sagrada. A Bíblia foi traduzida do latim e impressa, para chegar ao alcance do cristão, sem a autoridade religiosa. 
          Fica então esta questão para aqueles que são religiosos, a estrutura da religião faz falta na sua interação com Deus?
           Você precisa realmente está ligado a uma organização religiosa para exercer plenamente a sua fé?
  E, diante dessa pandemia, nesse recesso obrigatório que vivenciamos, longe dos instrumentos e das estruturas físicas das religiões, não teria sido provado a tese medieval de que o homem não necessita da religião e que a sua fé pode ser plena diante de Deus, sem essa intervenção?
    Eu, que não tenho religião e nem acredito em entidades específicas, seres ou deuses. Que sempre busquei meu equilíbrio espiritual na força da natureza, na racionalidade, no conjunto de tudo que existe e que eu alcanço, seja empiricamente, seja espiritualmente, penso que ao término dessa pandemia, quando voltarmos a esse novo normal, a religião e seus líderes vão está mais humanizados.       Acredito que os fiéis estarão mais críticos, mais fortalecidos em suas relações com Deus e cobrarão mais de seus padres, seus pastores. Torço para que essa pandemia e essa relação direta do crente com seu deus, venha a afastar charlatães e oportunistas, exploradores da fé, do universo religioso!

MNS

quinta-feira, 7 de maio de 2020

"Vida de gado"




Não aprovo mas compreendo o gesto de Flávio Migliaccio. Esse país nunca foi sério, nunca se preocupou com seus habitantes mais pobres, com seus velhos, com suas mulheres, com  os índios, negros, estudantes e excluídos. Uma sociedade doente, tomada de ódios e preconceitos e fundada na mais cruel das ideologias religiosas, no patriarcado cristão, no etnocentrismo europeu. Uma sociedade escravista, elitista e branca.

Hoje, vendo o discurso das autoridades sobre o congelamento de salários dos servidores públicos, o decreto do prefeito de Belém, estabelecendo como atividade essencial, os empregados domésticos, o presidente recebendo e rindo junto a torturador, Guedes recomendando o veto presidencial à  inclusão dos professores no projeto de ajuda aos Estados e municípios. o MEC fazendo propaganda para que o ENEM seja realizado esse ano, mesmo sabendo das dificuldades dos alunos de EP, estudarem virtualmente, busquei na História desse país, algo que me fizesse duvidar dessa conclusão, infelizmente não encontro precedentes que neguem esse fato  essa condição.

Não, por mais que me doa encarar essa certeza, por mais que eu deseje dela fugir, tudo que observo ao meu entorno me grita e me mostra que não existe para onde fugir!
Esse país não prima pelos seu povo, ou melhor, seu povo trás a marca da escravidão e o condicionamento de rebanho. Ele nega sua história em função dos seus mitos. Ele anseia pelo chicote e a chibata, pois teme a liberdade! Pior do que um povo escravizado é um povo domado, dócil que segue seu dono e senhor acorrentado a sua ignorância e fé!
Para um povo escravizado existe a revolta, a raiva, o desejo de liberdade. Já para o povo domesticado só resta  o cercado...

Brasil, um gigante territorial, o maior curral da America Latina!!!

MNS

domingo, 3 de maio de 2020

Sem saída



Estou completamente perdido em minhas análises dos atos desse senhor que ocupa a presidência do Brasil. Não consigo encontrar o fio condutor das ações de Bolsonaro, diante de tudo que ocorre no mundo e no nosso país. Tudo que ele faz são bobagens, coisas que só depõem contra ele. Ele se desgasta diante dos brasileiros e do mundo, perde apoios políticos, e seus seguidores mais moderados começam a se perguntarem porque? Afinal o que ele ganha com isso? Absolutamente nada. Apenas perde e perde muito. Então  qual é a lógica de seu comportamento? Eu não consigo extrair nenhuma vantagem para ele, sua família ou para o país.

E o que paralisa o seu entorno, porque homens aparentemente inteligentes, conscientes e acostumados a uma rotina lógica, baseada em hierarquias responsáveis, ainda orbitam essa esfera amalucada, completamemte alheia a ordenamento e coerência? Porque os militares e os ditos técnicos, ainda se prendem a essa armadilha política que levará esse governo a bancarota?

Onde se juntam esses fios aleatórios? Onde se costuram esses retalhos tão distintos?
Sinceramente não consigo antever qualquer desfecho que seja favorável ao Presidente da república.
Os analistas, os especialistas em rede nacional, nada dizem ou esclarecem, parece que estão explicando para crianças que o papai Noel existe.

Onde foi parar a imprensa tão critica e eficiente que até tão pouco tempo nos explicava toda a conjuntura política e econômica, previa e tecia os movimentos políticos e seus desdobramentos a curto, médio e longo prazo?

Onde estão os grandes repórteres de bastidores, suas fontes seguras e revelações bombásticas? Onde foram se esconder os grandes analistas políticos que nos descreviam a situação brasileira como se estivessem lendo um livro ou vendo uma paisagem nítida, limpa clara?

Onde se esconderam os cronistas do horário nobre, que teciam tramas eloquentes e reveladoras dos nossos problemas sociais e se mostravam como a coruja de minerva, cheios de sabedoria e conhecimento?

Por favor, senhores, venham nos tirar dessa escuridão com vossa sapiência e suas iluminadas conclusões. Venham oráculos modernos, nos mostrem os caminhos a que nos destina esse arauto do incompreensível, esse lunático  cavaleiro, esse Dom Quixote sem Sancho Pança...

Enfim, por favor, nos digam o que guia e para onde nos leva essa mula sem cérebro?

MNS