terça-feira, 29 de março de 2011

RETALHOS DA MEMÓRIA I



 

O Beco da Baixa de Maria de Artur...

              Entro numa pequena vereda entre a cerca de Artur e a cerca da Baixa de Maria de Artur, os sapatos afundam na areia branca que denuncia a proximidade do rio, a vereda se alarga e se faz um beco de mais de metro e meio de largura. A minha frente surge como num passe de mágica, um cajueiro e uma porteira, paro, abro a porteira, e atravesso o tempo! 

             Saio em frente da casa de Tio Antônio Leite, onde uma ladeira leve, coberta de capim, desce tranquila até a praia, grito por Edmar e Edmílson e eles afloram da minha lembrança, corremos juntos até o pequeno barco de seu pai e navegamos nos meus sonhos, pelo Jaguaribe de minha infância, vamos até o outro lado, pegar caranguejo e tirar sururu... Levanto os olhos e o sol já foi, sinto o frio da realidade e o incomodo da areia no sapato!



Manoel N Silva

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