segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sobre a reação das empresas e alguns politicos à Resolução do Conanda...




Devia ser proibido publicar tanta idiotice de uma vez só! É deveras enojante, chega a provocar náuseas essa pirotecnia intelectual. Esses contorcionismos verbais na vã tentativa de dar credibilidade e vez a propagandas agressivas e cada vez mais longe do universo infantil. Não foi o Estado que resolveu ser mau e afastar as propagandas da televisão, foram as indústrias e o comercio de brinquedos e artigos infantis, que em suas desmedidas pretensões, distorceram tanto o universo infantil, nas suas propagandas, que praticamente obrigaram o Estado a intervir, do contrário, em pouco tempo, toda a beleza da inocência e espontaneidade infantil sucumbiria e, em vez de crianças inocentes e espontâneas, estaríamos lidando com pequenas miniaturas caricaturadas de adultos.

Não nos tornamos consumistas porque na nossa época além de os desenhos animados não estarem voltados exclusivamente para o consumo. Muito, pelo contrário. Apesar da grande maioria deles serem de ideologia americana, não exacerbavam o consumo e o culto a imagem e a violência gratuita, como hoje podemos verificar, inclusive nos próprios traços dos desenhistas. E mesmo assim, não são os desenhos e programas infantis que deturpam o universo infantil. São as propagandas, cada vez mais, fora de qualquer referentes ao universo infantil. Os patrocinadores não aparecem porque para eles não interessa a qualidade da educação que nossos filhos e netos estão recebendo e nem que valores estão desenvolvendo. A eles só interessam o consumo de seus produtos e o lucro que lhes vão proporcionar.

Por isso é que não encontro nestes muitos textos que li e que criticam a ação do governo no sentido de coibir as propagandas agressivas e fora de contexto infantil, nada que contribua para que condenemos a ação governamental e sim um reforço na certeza que as atitudes estatais são as mais corretas e adequadas diante do quadro que se apresenta.E muito mais, nos mostra que quem defende esta publicidade sem parâmetros e sem ética, usa de artifícios e relações que não são expressões da realidade. Faz comparações sem nexo real, manipula os dados para culpar a lei e não os patrocinadores pela falta de programação infantil, desvia o foco do problema e enfatiza o financeiro em detrimento do social e educacional. Esquece que as leis que regulam as concessões de televisão estipulam um percentual de tempo para que sejam exibidas programações culturais e educacionais. Independentemente de patrocínio ou não, cada concessionária deve e a lei obriga a manter essa programação. se elas não mantém deviam ser punidas.

De maneira alguma devemos submeter a programação infantil aos desejos desenfreados do lucro. Se as empresas de brinquedos e artigos infantis querem conquistar o publico infantil, que o façam com regras e respeito as fases da infância, ao universo das crianças. Que estas empresas se adequem e proporcionem propagandas interessantes e criativas, que despertem o interesse das crianças em seus produtos de forma natural e não uma imposição violenta do universo adulto, provocando uma caricaturização tosca, artificializando e queimando etapas do aprendizado e crescimento humano.


Manoel N Silva.

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