Eu não odeio e nem tenho raiva de verdades, adoro a verdade e sinceridade. Não acredito que as lutas politicas e sociais sejam diálogos dóceis e cheios de afagos e elogios...mas, não é e nem deveria ser, um discurso de ódio e preconceito. Discutir e confrontar ideologias é saudável e natural, na política e na vida. O que não é saudável é esse ódio e o desejo de extermínio do outro e suas ideias.
Em momento algum as esquerdas brasileiras abandonaram o discurso democrático. Esse discurso sempre partiu de personas. Sujeitos que transcendem partidos e ideologias e personificam-se como salvadores e paladinos, cavaleiros andantes de espadas nas mãos. Os partidos políticos, tanto de esquerda quanto de direita, sempre trilharam caminhos democráticos, embora alguns de seus integrantes, individualmente, pensem e ajam diferente. Eu sou de esquerda e defendo a democracia, como única via possível de mudanças sociais no mundo moderno. Asssim como a maioria das pessoas que eu conheço e comungam dos ideais de esquerda, também pensam assim. Sim, existem os radicais e cegos entre nós, como entre os de direita...mas, em ambos os lados, são a minoria.
Lutamos para realizar esses ideais. Não para destruir a sociedade em nome de Deus ou do diabo! A democracia é o valor mais caro para a esquerda brasileira que viveu a clandestinidade, a tortura e a morte, nos tempos ditatoriais da nossa história. Portanto, falar em democracia no Brasil, é falar na luta das esquerdas!
No mundo todo, as esquerdas são democráticas e apenas em alguns partidos ainda se comunga com um ideal de ditadura do proletariado, uma concepção que só fazia sentido no final do sec XIX e até meados do sec XX.
Hoje as ideologias de esquerda são democráticas e suas ideias não são de fundo revolucionário político e sim social. A revolução que as esquerdas atuais buscam é a revolução social, onde as pessoas vivam livres e mais equilibradas no que diz respeito às condições financeiras e sociais. Essa é a ideologia de esquerda e não essa caricatura que os memes descrevem por ai.
Não. Não existe e nem cabe mais, uma luta pelo poder político baseada em um sistema estratégico puramente teórico e que vise exclusivamente a ideologia. Como coloquei antes, o fim revolucionário não é simplesmente o poder e sim a mudança (não a destruição) da sociedade.
Mudam-se com políticas públicas que abranjam cada vez mais o conjunto da sociedade, educação para todos e de qualidade(ricos pagam, pobres não), estado intervindo sempre na mediação para evitar concentrações de rendas e empobrecimento. Políticas econômicas sempre no sentido de alargar o espectro dos beneficiários da riqueza produzida, sem necessidade de sacrifícios humanos.
Enfim, poderia detalhar tecnicamente as medidas e as políticas, mas essa é uma visão geral. Infelizmente para alguns e felizmente para muitos, ricos deverão arcar com maior ônus.
Manoel N Silva
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