QUE OPOSIÇÃO?
Uma
frase que reflete bem o "pensamento" fisiologista da suposta oposição
brasileira é esta que li em num post desses tantos que aparecem por aqui:
"NÓS da oposição, que QUEREMOS o PT fora...”.
É
fácil identificar ai que essa "oposição" não pensa em termos de
Brasil e sim de partido, de pessoas e de grupos. É por essas e outras que a
grande maioria da população prefere os desmandos do PT ao fisiologismo e
corporativismo da "oposição". Pelo menos, nos desmandos do PT, o
verbo é conjugado na terceira pessoa do singular, e o sujeito da frase é o povo
e não o PT.
Evidentemente
que me oponho à estrutura de governo existente. Estrutura essa que possibilita
ações desastrosas e corporativistas. Também me oponho aos meios usados pelo
Governo em questão. Porém, não há no horizonte político brasileiro, qualquer
alternativa melhor que a que aí está. E, se não houver reformas políticas, que
mudem as estruturas eleitorais e fortaleçam o desenvolvimento de partidos
políticos fortes e ideologicamente definidos, capazes de construírem propostas
consistentes e claramente definidas, o povo brasileiro vai preferir o
"menos ruim" e o mais popular.
O
comportamento desta "oposição" revela claramente a visão parcial, o
desespero da incompetência política. O que ressalta a falta de objetividade e
propostas consistentes capazes de enfrentar a consistência, embora muito aquém
do possível e mais longe ainda do desejado, dos discursos, ações e propostas
desse governo que aí está. No dia que a oposição tiver a consciência de que seu
único adversário é ela mesma e o seu corporativismo e fisiologismo, poderá
talvez, se em seus quadros ainda sobrarem políticos decentes e competentes,
forjar um discurso capaz de convencer o povo brasileiro. Por enquanto, esse
discurso é mero foguetório, infelizmente!
Talvez
todos os partidos sejam fisiologistas e corporativistas. Mas, no momento em que
isso é devidamente incorporado ao discurso, fica difícil qualquer promessa ou
esperança de mudança. Política é 90% discurso e 10% ação. É preciso que se
articule um discurso capaz de convencer o povo de que esses 10% podem e devem
efetivamente ser de interesse dele e não simplesmente do partido.
O
grande problema da oposição é que ela não tem um discurso capaz de criar no
povo a devida confiança em suas ações. Certamente que no Brasil é pleonasmo.
Mas, a política, pensada e exercida conforme seus fins teóricos, não é
fisiológica.
Certamente
que a política atende a fins particulares e nem poderia ser diferente, porém a
totalidade de suas ações deve ser sempre em direção ao todo de uma sociedade,
só assim esses fins particulares podem ser alcançados sem prejuízos dos fins
coletivos.
O
que chamo de fisiologismo e corporativismo não é a busca e a satisfação desses
fins pessoais e corporativos e, sim o sacrifício dos fins coletivos em favor
desses individuais.
O
mecanismo de sedução da oposição é totalmente deficiente. Mas não é só isso,
ela não tem uma proposta coletiva, não apresenta solução para o todo da sociedade,
seu discurso, embora voltado para isso, revela apenas a prática corporativa.
Não é que os Partidos devam enganar com seus discursos, muito pelo contrário, é
que eles precisam espelhar a seriedade de seus fins.
E,
nesse caso, a oposição não espelha, porque não os tem e ainda por cima revela
flagrantemente a sua postura fisiologista. Em contra partida, o Governo, além
de ter um discurso coletivo, que convence, as suas ações, embora precárias,
reforçam esse discurso e mantém a confiança do povo. Com isso, o povo, embora
lendo nas entrelinhas das ações os fins fisiologistas e corporativistas,
prefere o que está colocado, diante do discurso vazio e desprovido de ações e
confiança da oposição.
Manoel
N Silva.
2 comentários:
Sou aluna de filosofia nos EUA e estou apaixonada pelo seu blog, feliz que tenha voltado a postar!
Obrigado. Sinto-me imensamente feliz em saber que você me honra com sua leitura desses meus parcos escritos!
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