quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PROFESSOR, QUAL A SUA CONTRIBUIÇÃO OU NÃO PARA O ESTADO CAÓTICO DA NOSSA SOCIEDADE ATUAL?





"A nobre profissão", "Jardineiro de mentes", "Agricultor do conhecimento".




Cresci ouvindo frases como estas. Acredito que se existe no mundo, uma classe com o poder de mudar uma sociedade, essa classe seria a de professores. São eles que formam os jovens e mantêm sua influência ao longo de suas vidas.
O que houve nos último 40 anos com essa classe? Por que eles não formaram jovens com uma maior visão e predisposição para mudar ou desviar o caminho que tomaram?


Sei que vou sofrer um bombardeio de "Elogios", mas é a pergunta que não quer calar: Porque os professores não conseguiram incutir base de caráter na maioria dos seus alunos?


Nos últimos vinte anos a educação praticamente ficou na mão dos professores, já que os pais tiveram que sair a luta, para prover a família. Não falo apenas das escolas públicas falo de todas as escolas, São de escolas particulares esses "boyzinhos" de classe média alta que fazem barbáries.
O sucateamento das escolas públicas é um motivo suficiente para desmotivar a formação de um jovem para quem escolheu essa "profissão de fé"?




Qualidade de ensino tem alguma coisa a ver com transmissão de conhecimento?


Em minha opinião, acho que os professores são os maiores culpados da falta de atitude e alienação dos jovens brasileiros. Eles não tiveram a capacidade de transmitir a esses jovens o verdadeiro conhecimento, já que estão eles próprios desprovidos de qualquer senso crítico. Eles perderam a grande oportunidade de mudar a fisionomia desse país. Hoje lamentam a falta de salários, fazem greves partidárias e sem nenhum fim viável a melhoria educacional do país. Perderam as suas referências quando o comunismo ruiu, e agora vivem a propagar uma revolta do proletariado para uma platéia vazia. Não formaram base e estão a reclamar do seu próprio fracasso.


Eu coloco a maior parcela na conta dos professores, porque eles são quem tinham a maior parcela do poder e o melhor instrumento (conhecimento) para modificar e esperaram de braços cruzados e o bonde passou...


Eu falo de "classe", exceções existem em todos os lugares. A classe uniu-se para a greve, para apoio político, etc. Por que não unir-se para propagar conhecimento em alto nível e abrir caminhos nas mentes juvenis?


Professores foram formados por professores... A culpa ainda é deles.
Eu sempre fui do grupo do fundo. E enganam-se os que acham que o grupo do fundo não gosta de estudar, ao contrário o grupo do fundo é o mais perceptivo, ele isola-se diante da incapacidade de percepção de professores e da constatação da sua inutilidade dentro da sala. O professor é que está ali como objeto decorativo.


Os professores que eu tive, davam aulas para o fundo da sala. Quem os professores chamam de interessado, é aquele que tem dificuldades básicas de compreensão, dificilmente um estudante interessado em conhecimento tem essas necessidades e se tiver vai recorrer a professores que tenham condições para isso ou até a auto-aprendizagem. Que adianta recorrer a quem não tem prá dar?


Eu acredito que se os professores que aí estão, decidissem partir para a modificação deste quadro, em menos de 20 anos teríamos, uma juventude bem mais consciente e engajada, com uma nova visão de sociedade. Acredito que sempre é tempo, quando se tem a arma e a disposição para fazer. O tempo é agora.
"Quem sabe faz a hora não espera acontecer”... Geraldo Vandré.




Eu sou produto de Escola Publica (anos 70). Eu não posso admitir que conhecimento seja produto vendável, sei da dificuldade da Escola Pública, mas e a Particular? Onde estão os professores dessas escolas? Eles têm em mãos todas as facilidades e tudo que é necessário a transmissão desse conhecimento. O que falta a eles? Será o próprio conhecimento? Para cada escola pública tem três particulares...


Não seria isso um reflexo da estagnação da classe em relação às decisões políticas, ou melhor dizendo, um apoio da classe a essas decisões? Talvez, a formação Marxista, voltada ao trabalho, tenha contribuído com essa conformidade, esquecendo o conhecimento de verdade?


Não seria então necessária uma atitude mais agressiva por parte da classe, para abalar essas estruturas, em vez de reclamar salários, desnudar a realidade e conseguir assim um maior apoio da sociedade. Contra atacar o sistema e colocar isso como forma de conscientização das partes envolvidas (pais, alunos) criarem uma linha de coincidências com esses, no lugar do confronto (greve, principalmente político-partidária) que deixam os pais com o pé atrás? Somar em vez de dividir?


Não existe força maior que a vontade, não a fé, por que a fé espera recompensas, a vontade por si só move-se. A vontade de um homem tem mais força que a fé de mil, pois a fé de mil espera o milagre acontecer, a vontade de um contagia mil e faz acontecer.


O nosso problema não é o sistema é a falta de um. O sistema político brasileiro é uma salada. Temos um regime presidencialista, onde o presidente pode ser eleito por um partido que tenha representação zero, como pode qualquer governante, num sistema presidencialista, governar nessas condições? A Constituição é predominantemente parlamentarista em seus artigos. Que Sistema político é esse? O medo de uma ditadura engessou qualquer líder carismático que venha a se eleger, mesmo o apoio popular não lhe dá legitimidade e nem os meios para fazer e promover mudanças. Temos no mínimo seis poderes independentes, o Executivo (?), o Judiciário, o Senado, A câmera, a PF e a mídia. Não existe nenhum dispositivo legal capaz de impedir qualquer distorção em nenhum deles. Fazem o que querem corporativamente.


Mas, acredito que se todos os professores se armassem de vontade, certamente mudariam esse estado de coisas, sem disparar um tiro, usando apenas as armas poderosas do conhecimento e formação de seres humanos dignos e com valores mais humanos e éticos.


Desculpem-me a insistência, mais não cabe na minha cabeça a imagem de um professor que trabalha só por trabalhar, apenas para suprir suas necessidades. Esse comportamento mecânico é comum de trabalhadores braçais, em que o intelecto pouco é estimulado, seria como dizer que o médico opera por operar, e isso não ocorre, eu não vejo médicos metidos em greves corporativistas e partidárias. Eles dão tudo dentro de um hospital público, se desdobram para salvar a vida, independente do salário ou condição do hospital. É claro que existem maus médicos, mas esses são a exceção, ao contrário dos professores em que os bons, são exatamente a exceção. O que falta no professor é a vocação (vontade). Essa despreocupação e descaso do profissional com ele mesmo eu não posso admitir.


Minha visão de educação é bem simples, os profissionais de educação é que complicam com suas teorias e métodos. Educar é formar cidadãos, só isso. A simplicidade do educar é que faz a sua grandeza.


O ponto é que exceções geralmente confirmam a regra, no caso dos professores brasileiros, as exceções são a regra. O corporativismo é flagrante. Adianta negar o despreparo dos professores? Se você é uma dessas exceções, se indigne, mostre o quanto a maioria está errada, não os proteja, seja sábio. Mostre a verdadeira face da educação brasileira.


Educar é mostrar o caminho que leva ao conhecimento, e através da demonstração incutir valores éticos e morais, que ajudem a formar cidadãos conscientes de sua importância no desenvolvimento e manutenção do meio em que ele vive. Dar a eles meios intelectuais que os tornem críticos de sua condição perante a sociedade.


Como podemos culpar o aluno? Ele é a vítima nesse contexto, é ele quem mais perde, e simplesmente por que seus mestres não têm a capacidade de lhes transmitir esse diferencial que os tornará conscientes. Eu prefiro dar a conta para o professor, ele tem os meios para isso. Quando você se refere a alunos que não querem nada, geralmente esses alunos são os mais criativos e intrigantes, inteligentes e questionadores. O que falta a eles é o certo direcionamento de suas capacidades.


Diante da mudança de perfil da família moderna, os pais perderam o poder de educar, já que suas atividades foram sendo multiplicadas e seu tempo é cada vez menor. Diante disso, Professores, que também fazem parte dessa família moderna, ou como país ou como filhos, deveriam ter a sensibilidade de perceberem que a maior responsabilidade da formação desses jovens recairia sobre eles. Não perceberam... Resultado, gerações de zumbis educados pela Xuxa, Angélica etc.


Quem está à frente da educação, não é o estado, quem ensina não é o estado, quem ensina são os professores. É essa visão de que o estado tem o poder que leva a educação ao caos, o Estado só paga e inventa políticas educacionais, quem realmente passa isso para o aluno é o professor, e, um professor consciente jamais vai deixar seus alunos serem massa de manobra de um Estado. Sinceramente, eu não entendo como é que o professor não vê, não sente o poder que ele tem, ele é o ser humano mais bem equipado de poder real. O conhecimento é a maior arma que existe e ele detém essa arma e não faz nada com ela, espera que o "Estado" conduza seus passos... Não consigo entender essa cegueira. O Estado é desorganizado e burro. O professor poderia se quisesse perfeitamente se sobrepor ao Estado.


Até os animais ditos inimigos, cuidam dos filhotes de seus predadores, por que teria que ser diferente com o ser humano?


Diante da impossibilidade material dos pais, os professores, como únicos com tempo(o aluno passa em média 4 horas na escola, as vezes é quase o triplo do que o pai passa por semana com o filho)e capacidade para isso, deveriam fazê-lo e com muito orgulho.
O teste para professor é a vocação (vontade), nada mais basta ao professor que isso, amor ao magistério, entrega a esse ideal de vida, esse é o supremo teste do professor. É isso que tira ele da mediocridade de um empregado e faz dele um mestre.
O respeito pelos mais velhos era uma das premissas ensinada pelos pais. Hoje esses pais estão ausentes, eles não mimam seus filhos, eles tentam compensar a sua falta (por necessidade e não descaso) aceitando tudo que eles fazem, é a culpa alimentando o egoísmo da criança, se o professor passasse essa premissa aos alunos isto não ocorreria.
Raciocinemos do principio, início de aprendizado, jardim da infância, criança com três anos de idade é aí que começa a responsabilidade do professor. Não vamos passar para o ensino médio ou fundamental. Pré-Escola. É aí que começa, é daí o primeiro passo.



Manoel Nogueira

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