quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ao povo brasileiro, o soberano do Brasil



Senhores, senhoras, senhoritas! brasileiros de todos os recantos desse país imenso e imerso nessa onda de morte e indiferença. O que nos falta ainda ouvir e ver desse nosso signatário maior?

Até onde irá o desdém e  falta de empatia do presidente do Brasil para com o seu povo sofrido e já tão massacrado? Até onde vamos aguentar os ataques verbais a democracia e ao estado de direito? Será que já não está na hora de acabar de vez com esta retórica e exigir do mandatário da nação, responsabilidade e objetividade na sua gestão?

A máxima rousseauliana de que "o poder emana do povo, para o povo e pelo povo", precisa ser restabelecida no estado brasileiro. O presidente não governa para a maioria e nem para a minoria, o presidente governa para o povo, sejam os seus componentes seus apoiadores ou seus críticos, façam  parte de uma maioria ou de um minoria. O povo não é individualizado, ele é um coletivo, um universal, e como tal precisa ser assim visto e tratado pelo poder público institucionalizado.

Um Presidente da República, eleito democraticamente, não pode ignorar os princípios constitucionais ou incitar a população contra esses princípios. Não pode e não deve sair por ai proferindo declarações e louvando ditadores e torturadores, criando conflitos com os outros poderes, apoiando manifestações que pedem a quebra da institucionalidade, criticando juízes e interferindo nos órgãos de justica, como a PF.

Um presidente não é o estado, ele é apenas o gerente estatal. Ele não é o dono do estado, ele não está acima de nada, quando se trata de estado, ele apenas gere, propõe e executa projetos e políticas públicas, referendados pela representação popular, no sentido de suprir as necessidades do povo.

Senhores, senhoras e senhoritas, brasileiros de todos os recantos, precisamos levantar a nossa voz. Precisamos dizer ao presidente que não é ele quem manda, quem manda é o povo. Ele precisa entender que a presidência não é sua casa e que os órgãos e instituições que compõem o estado não são seus instrumentos pessoais, eles não servem a sua pessoa e a de seus familiares, eles existem para o povo brasileiro e assim devem permanecer.

Presidentes passam, instituições ficam, são os pilares de uma nação, impessoais, apolíticas e laicas. Gritemos ao presidente, que as suas convicções pessoais e seus desejos e vontades, não são da alçada do estado. Se ele e sua família têm problemas com a justiça ou a polícia, não são as instituições do estado que devem defend-los, muito pelo contrário, estas instituições devem zelar pela justiça e  contribuir para que ela venha a ser cumprida rigorosamente, nos limites impostos pela lei. Esta sim, acima de qualquer cidadão, independentemente do cargo, título ou condição!

MNS.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Pró-Brasil, um plano econômico ou uma viagem a recessão?





Qual é o objetivo dos partidos que apoiam Paulo Guedes e a sua política econômica?
Qualquer estudante de economia, ainda nos primeiros semestres, compreende que essa política de desmonte do Estado e precarização dos direitos trabalhistas, vão nos levar ao colapso do sistema produtivo. Nós temos um parque industrial totalmente dependente de subsídios e apoio estatal.  As indústrias brasileiras, como já expus em outros textos, não tem autonomia econômica e não sobreviverá a esse massacre neoliberal.

O comércio internacional está cheio de produtos e mercadorias de custo baixo e qualidade melhor que os nossos. Querem um exemplo? Eu dou dois: as máscaras e os respiradores que tanto precisamos, não são fabricados no Brasil, sabem por que? Porque a China os produz e vende por um custo e preço menor do que as empresas brasileiras podem fazer e oferecer ao comércio brasileiro. Nenhum país desenvolvido e liberal, começou a diminuir o estado  antes de fortalecer a indústria e comércio interno. Sem fazer reforma agrária e incentivar o pequeno e médio produtor rural. Sem investir em Educação e pesquisa. Só o Chile fez isso, vejam no que está dando...

Nesse momento de pandemia, no mundo todo, os governos estão investindo e financiando o trabalhador e as empresas, no Brasil a única preocupação é o mercado financeiro. A bolsa de valores, o preço do dólar e os investimentos estrangeiros.

Todos sabem que o mundo projeta uma queda de até 7% no crescimento econômico global. Sabe o que isso significa? Zero investimentos em produção. Todo o capital que circular e entrar nos países será especulativo. Nenhum industrial ou comerciante se atreverá a expandir seus negócios. Nenhum investidor, por mais empreendedor que seja, vai se arriscar a investir em países em desenvolvimento. Quem deve receber esses investimentos serão países asiáticos, a Europa  e os EUA, que certamente oferecerão garantias de estabilidade aos investidores. Rússia e China, não são tão vulneráveis as intempéries econômicas, devido a natureza de seus regimes e governos.

Mas, o Brasil não. O Brasil está solitário na América Latina, sua política de alinhamento aos EUA, o afastaram do BRICS e do Mercosul. Argentina,  Chile, Venezuela e Bolívia, estão mal das pernas, os outros países latinos também não possuem estruturas e parques industriais modernos, enfim, dificilmente o Brasil atrairá investimentos do setor privado ou investimento externo. Quem sustentará  a economia brasileira será o mercado interno e o investimento público, que é exatamente o que não haverá com essa política adotada por Guedes...
Então pergunto, esse plano Pró-Brasil, que se sustenta em investimento privado e estrangeiro, com conceções e vendas de ativos, será alavancado por quem? Marcianos?

MNS.

domingo, 26 de abril de 2020

Capitalismo


Sei que o Capitalismo é cruel e oprime a grande maioria dos homens. Mas, também sei que, dadas as circunstâncias e o momento histórico, os avanços nas comunicações e, principalmente a Internet, que, no meu entendimento, tornou real a expressão "aldeia global", é impossível uma revolução nos moldes sugeridos pelos marxistas. E também sei que sem essa ruptura violenta jamais poderia ser implantado o sistema proposto por Marx e Engels, em suas filosofias.

Portanto,  diante deste impasse, temos que buscar uma outra alternativa, reformular o que aí está, tornar esse sistema cruel e injusto em um sistema mais justo e menos desigual.

Proponho começar educando nossos filhos para serem seres humanos e não peças de uma engrenagem politico-econômica. Deixar de estimular a competição e ensinar a cooperação. Usarmos esta avançada tecnologia de comunicação para fazer as pessoas entenderem que não existem lugares no topo para todos e que competir com quem está do seu lado é, no mínimo, burrice!!!.

E se você acha que os EUA são uma história de sucesso em matéria de igualdade, dignidade e convivência pacífica e harmônica entre seres humanos... Bem,  eu discordo e vejo o seguinte quadro nos EUA:

As pessoas  são hipócritas, conservadoras, preconceituosas e individualistas ao extremo. A pobreza e a miséria estão represadas em guetos, o racismo é  flagrante e a cultura de competição gera o maior percentual de psicopatas e "serial killers", por metro quadrado do mundo.

Já no que tange a comunidade mundial, os EUA são imperialistas, mantém a sua ideia de hegemonia pela força e  imposição. Ou seja, o que não é do jeito deles é errado e deve ser combatido, destruído, dizimado. Invadem nações em nome dessa hegemonia e suposta paz mundial, enquanto, no fundo agem egoisticamente, zelando unicamente por seus interesses econômicos e políticos.



MNS

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O marreco chuta o pau do galinheiro, cisca no terreiro e canta de galo!



O ex-ministro Sérgio Mouro, finalmente engrossa a voz e dá seu grito de independência. Sua fala em rede nacional, coloca em cheque, não só o presidente da República, mas todo o governo Bolsonaro.

Moro enfatiza a autonomia que a PF e a Lava-Jato, sempre tiveram nos governos do PT e acusa Bolsonaro de querer interferir politicamente, inclusive pedindo informacões privilegiadas de investigacões em andamento, além  de querer fazer outras substituições na PF.

Supõe-se, por estas afirmações, que o presidente quer uma PF  servil e trabalhando, não para fazer justiça e  apurar os fatos,  mas sim, para atuar como aparelho do governo.
Sérgio Moro, desmancha o governo e vai obrigar os militares a mostrarem a que vieram.
Antes, no dia anterior, os militares atuaram como brigada de incêndios e tentaram apagar as chamas desse incêndio que hoje se deflagrou.

Bolsonaro não tem lealdade com seus aliados, ele não mantém compromissos e sua palavra empenhada não tem valor. Ele segue a risca os ensinamentos de Maquiavel, no "O Príncipe", não porque deles tenha conhecimentos, mas, porque coloca o poder como único fim do seu governo.

Esperemos agora as justificativas e a defesa do Bolsonaro, assim como as atitudes dos militares dentro do governo. Como diria Sartre, os dados estão lançados!!

MNS

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Teatro de bonecos



Hoje parei para pensar nas atitudes do nosso governante maior e procurei entender qual a linha de atuação e o que poderia ser o objetivo maior de suas tão absurdas atitudes. Ele age como uma pessoa com bipolaridade, seus discursos são contraditórios e sem nexo aparente. Ataca o congresso e o STF, flerta com um publico ultra direitista e que pede intervenção militar e AI-5. Por outro lado, clama por patriotismo e democracia, critica presidentes como Maduro e Kim Jong Un, que diz ele, serem ditadores e ao mesmo tempo idolatra ditadores sanguinários como Pinochet e chama de herói o torturador Ulstra.

Aliado a esses comportamentos incongruentes, está rodeado de figuras exóticas e paradoxais, seus filhos trocam os pés pelas mãos, ofendem aliados e disparam fake news. Disparam bobagens contra embaixadores e criam crises sem motivos. O ministro da Educação parece adolescente nas redes sociais, tem comportamentos infantis e tiradas dignas de crianças de oito anos de idade. Publica em suas redes, insinuações ao povo chinês enquanto brinca de ministro, enfim, nem vou me alongar para descrever as loucuras e micos que os membros do alto escalão desse governo protagonizam diariamente, tornando-se a maior fonte de inspiração para humoristas e comediantes.

Vendo e revendo vídeos, atuais e antigos do nosso presidente, suas falas e seus gestos, sua performance, percebi que ele parece um personagem, uma figura montada, produzida e não uma pessoa real. Ele parece atuar e dar vida a esse personagem polêmico e vazio, que joga palavras e frases de efeito, mas sem nenhum compromisso real com essas posturas. Ele não assume a homofobia, embora a todo instante deixe ransparecer com palavras e ações. Não assume a misoginia, no entanto já foi condenado por ofender uma deputada e podemos encontrar diversos videos dele com insinuações e ofensas as mulheres. Disse que não é racista, mas zombou de quilombolas e indígenas...

Bem, como podemos perceber, são comportamentos sem sentido e suas afirmações soam falsas e aleatórias, sem profundidade, tanto que a grande maioria dos seus apoiadores não acredita que ele seja realmente assim, o que reforça a percepção de que ele é um personagem e que foi esse personagem polêmico e tresloucado que, tal qual Tiririca e outros personagens, se manteve na política, eleito como deboche ou brincadeira.

Fato que, para o eleito, é ótimo, pois não acarreta compromisso e assim ele se mantém na política sem cobranças ou pressões. Até aí tudo bem, o problema é que por uma conjuntura e uma série de fatores alheios à isso, o personagem foi eleito presidente e aí sim, a meu entender, começou o desastre, sem projetos e sem noção real de política, visto que não a fazia, não atuava e não tinha expressão no cenário político, acostumado a firulas e discursos vazios, de repente se viu debaixo dos holofotes, presidente do maior país da América Latina, uma nação gigante e de grande relevância no cenário global, não soube o que fazer, não tinha visão política, não sabia ser estadista e não o era.

Diante disso, fez a única coisa que sabia fazer, continuou atuando, sendo um personagem e se cercou de figuras com as mesmas características, meros personagens, pessoas que vivem fora da realidade. Arranjou um ministro da economia alinhado com a maioria do Congresso e alçou Moro, uma celebridade judicial, ao cargo de ministro da justiça, tentando criar uma proteção para a sua incapacidade administrativa e política. Sustentou seu primeiro ano as custas desses dois super ministros e uma reforma da previdência.

Mas, infelizmente, 2020 chega e logo nos primeiros meses, o mundo se vê sacudido por uma pandemia de proporções épicas, e completamente imprevisível, a Covid-19, provocada pelo novo corona vírus, que começou na China e se espalhou por todo o planeta. Nosso ator canastrão, na pele de seu personagem, meteu os pés pelas mãos e hoje, parece tentar uma ultima cartada, na esperança de sair ileso desse furacão. Ou seja, prega o caos político, acusa sem provas, joga insinuações, na esperança que os militares assumam o poder e salvem seu personagem de um fim triste e melancólico!

MNS

domingo, 19 de abril de 2020

Domingo cinza escuro

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Acordo e me deparo com notícias de carreatas a favor do fim do isolamento social...Pessoas que saem em seus carros, vociferando ameaças e brandindo suas mãos em gestos obscenos contra os poderes instituídos e governantes. Pessoas normais, pais, mães, avós, avôs, tios, tias, filhos e irmãos! Pessoas religiosas e tementes a Deus, que oram, rezam e se consideram bons, cumpridores de suas obrigações! Pessoas honestas, trabalhadoras,  caridosas...

Que coisa estranha! Que dia triste! Que poder maligno transforma essas pessoas em gente insana e cruel, incapaz de pensar, raciocinar coerentemente? Que loucura é essa que assoma essas pessoas pacatas e as torna ferozes, raivosas e doentias?
Que força perversa é essa que transforma velhinhos gentis em loucos vociferantes, que atacam policiais e vomitam ameaças veladas?
De onde veio esse terror que leva às ruas desse país senhoras de boa índole, mães amorosas e avós dedicadas, transformadas em paladinas da morte, defensoras de vírus e amantes de ditaduras?
De onde surgiu essa legião sombria e tenebrosa que acompanha esse sujeito inútil e sem visão, medíocre e simplório?

Como 57 milhões de pessoas ignoraram as falas, os atos, as ideias nefastas e violentas desse homem e o elegeram presidente do Brasil? Que cegueira foi essa?
Que loucura tomou conta do meu país e tornou escuro esse céu tão límpido? De onde veio esse véu negro que cobriu o riso radiante desse povo e tornou pedra o nosso tão grande coração? Que desesperança tão profunda cala os filhos da alegria e da liberdade? Onde estão aqueles que "sonham acordados um jeito de serem felizes" que não arrancam de vez essa erva daninha que cresce nas ruas desse país?

Onde estão as vozes revoltadas que não se fazem gritos e gestos, espadas vocais contra a ignorância e o medo? Onde estão todos, porque se calam  e baixam seus olhos envergonhados?

MNS.

sábado, 18 de abril de 2020

A educação e a ausência do desejo revolucionário no mundo atual.



O mundo vive um momento de completa falta de impulsos revolucionários. A juventude parece, com raras exceções, sem imaginação política, sem interesse em mudanças, completamente dominada pelo desejo de riqueza e conforto. Porque será que não existem mais revolucionários e idealistas no nosso mundo?

Bem, o mundo pós guerra fria, o fim das ditaduras na maioria das Nações, o avanço das religiões e uma visão voltada para o desenvolvimento e enriquecimento mundial, a meu ver, gerou uma hegemonia de comportamentos individualistas e, de certa forma, alienantes da capacidade de empatia que sempre acompanhou as massas e as grandes coletividades, na história da humanidade. Penso que a grande responsável, foi a educação e os rumos que ela tomou. 

A educação começou a ser vista como formação profissional e o aspecto humano deixa de ter como foco a humanidade e passa a ser o indivíduo, o sujeito. Ou seja, o antropocentrismo iluminista que fundamentou as revoluções dos séc. XVIII e XIX, e criou uma mentalidade revolucionária e humanista, perdeu esse sentido universal e passou a fundamentar o egoísmo pessoal.

A educação que se desenvolveu até a década de 1930, mantinha ainda esse amor ao erudito e valorizava a obra humana, a arte, a literatura, a ciência e o conhecimento e cultura, como valores universais e o fim do ser humano, enquanto indivíduo. Mesmo após as duas grandes guerras, ainda se ensaiou no mundo uma educação humanista.

No entanto,
o avanço do capitalismo, as ditaduras na América Latina e África e, mesmo o fim destas e da guerra fria, com a queda da URSS no final dos anos 1980, mudaram os paradigmas da educação e os seus objetivos, em um mundo em reconstrução e desenvolvimento. As políticas de educação deixaram de focar no humanismo iluminista e se voltaram para a formação técnica e científica. A erudição e a cultura passaram a ser encarados como supérfluos, no mundo desenvolvimentista da metade final do séc XX. As Nações em desenvolvimento precisavam de engenheiros, trabalhadores técnicos, cientistas e pesquisadores na área de química e medicina, robótica e comunicação, biologia e matemática... enfim, era preciso formar para a práxis e não para o ócio.

Assim como no séc XIX, os EUA definiram políticas de desenvolvimento e liberdade econômica, fugindo ao modelo europeu, que mesmo com as revoluções e avanço do capitalismo, não conseguiram acabar com o pensamento e a tradição humanista, no final do séc. XX América Latina, África e Ásia, focaram no desenvolvimento industrial e econômico, fugindo também dessa herança humanista de seus colonizadores e se voltaram para novas correntes e modelos econômicos.

Na Ásia, os chamados tigres asiáticos, juntamente com o Japão, investiram maciçamente nesse novo modelo educacional e deram um salto tecnológico e econômico. Rapidamente se tornaram a maior força tecnológica do mundo. A China e a Korea do Norte, apesar de seus regimes autoritários, também investiram nesse modelo econômico e educacional. Na América, Brasil, Argentina e Chile, viveram ditaduras alinhadas com o modelo americano de desenvolvimento e educação. Na Europa, os estragos causados pela Segunda Guerra Mundial, obrigaram as nações arrasadas e destruídas economicamente a também mudarem suas visões e adotarem novos paradigmas econômicos, políticos e educacionais, diluindo e eliminando os restos de uma cultura iluminista e direcionando-se para uma posição alavancadas no pragmatismo filosófico e  nas ideias econômicas mais liberais e desenvolvimentistas.

Pronto, estava armado o cenário e tomadas as decisões, para que hoje, cerca de 50 anos depois, encontremos o mundo assim, sem ideologias revolucionárias, pouca consciência política e um individualismo que beira o egocentrismo. As pessoas só pensam em si e em ganhar dinheiro. A liberdade não é mais o bem supremo do ser humano, como na época de Danton e Robespierre,  Infelizmente os ideiais de Voltaire e Rousseau, deram lugar a segurança econômica. A liberdade é nada, diante de uma gorda conta bancária e uma mansão em um bairro nobre!

MNS

quinta-feira, 16 de abril de 2020

O que está por trás da demissão de Mandetta?



O que realmente se esconde nos bastidores dessa troca sem sentido de ministro da saúde? O que leva um presidente a demitir um ministro que tem 76% de aprovação popular e o respeito e apoio dos profissionais de saúde, imprensa e classe política? O que move Bolsonaro? Em que ângulo dessa crise o governo mira? O que eles estão vendo que o resto do mundo não enxerga?

Seria apenas incompetência e inveja? Motivos fúteis e pessoais, pressão dos empresários ideológicos que bancaram as campanhas nas redes sociais? E os militares, será que não enxergam essa absurdidade administrativa, que provavelmente só  aumentará a gravidade dessa pandemia? E os outros poderes constituídos o que vão fazer, diante de tão tresloucados gestos e atitudes por parte desse governo? Será que a pauta liberal que embala a maioria do Congresso terá alguma serventia em um país arrasado e desacreditado mundialmente? Será que a economia nacional  vai realmente se sustentar diante do cenário global, que aponta para uma recessão feia e talvez pior que a de 29?

Em um mundo totalmente globalizado, onde não existem casulos econômicos, onde a comunicação é imediata em qualquer recanto desse planeta e a economia é totalmente dependente dos humores e investimentos dos mercados mundiais, vale o risco de apostar nas loucuras e caprichos de um homem sem tato político e sem postura de estadista, que comanda suas ações em função de crenças e posicionamentos ideológicos, sem levar em conta a realidade e a conjuntura?

Não posso crer que tantas pessoas e autoridades estejam tão cegas. Não.  Provavelmente  existe mais por trás de tudo isso. Não  pode ser que a estupidez e ignorância tenham atingido todos que fazem esse governo. Não acredito que as bobagens e as baboseiras desses ministros amalucados tenham respaldo na maioria do Congresso  e nas outras instâncias de poder e influência. Se a razão não  deixa que acreditemos nisso, o que realmente está  acontecento? Que plano existe?

MNS

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A PAIXÃO DO HOMEM




É dia de  fechar os olhos
Olhar com a alma
Enxergar com a pele
Na calma resignada
Da dor esquecida e sem razão

É dia de sentir-se mal
Recolher-se ao escuro do quarto
E se arrepender de  ser
A realidade inventada
Em um livro qualquer
Que mostra a morte sem fim
E o caminho do nada

É dia de beber o fel
No cálice da vida
Vivida na mentira do mel
E no prazer da hipocrisia

É dia de comer
Aquele pão escondido
No porão da ilusão
Que mofou na espera
Da quimera de ser feliz

É dia de trair a si mesmo
E enforcar-se na mentira
Que  o desejo de ser
Retira da inútil oração

É dia de morrer na cruz
Da luz dos sentimentos
Que negaste a tua alma
Como forma de sobreviver

É dia de jorrar moedas de ouro
Quando explode o remorso
E abunda a agonia
Que sepulta toda verdade
No brilho da fantasia
Que o coração embala

É dia de solidão

É dia de perdão

É dia da paixão humana
E do banquete do sultão
E se aqui na terra
Se ouve o grito dos inocentes
E o barulho das guerras
No céu o silencio se faz solene 
E a paz que reina no paraíso
É  imune a qualquer sacrifício.

Mas não se preocupe
Ainda é sexta-feira
No sábado eu serei teu rei
E no domingo, na terra ficarei!


MNS